A varejista Restoque vai fechar as fábricas da Dudalina de Benedito Novo e Presidente Getúlio, no Vale. Funcionários foram comunicados da decisão entre segunda e terça-feira e já estão no aviso prévio. Aos sindicatos dos trabalhadores têxteis de Timbó e Rodeio, respectivas bases dos dois municípios, a empresa alegou o mesmo motivo para desativar ambas as plantas: queda no faturamento e na demanda, fruto da recessão econômica do país.
Segundo informações repassadas por representantes da empresa aos sindicatos, as unidades devem funcionar apenas até o dia 20 deste mês. Ambas produzem camisas e outros produtos da marca. Juntas, elas empregam atualmente em torno de 430 pessoas.
Ainda de acordo com os sindicatos, não há problemas com pagamentos de salários e direitos trabalhistas dos funcionários das duas unidades. Na conversa com os representantes da categoria, a Restoque teria reafirmado o compromisso de pagar as rescisões em dia.
Em abril, a companhia já havia demitido 60 pessoas em Blumenau, a maioria das áreas administrativa e financeira, segundo o sindicato laboral local. Informações de bastidores dão conta de que a Restoque, que comprou a Dudalina em 2014, planeja transferir todas as operações da empresa para o estado de Goiás.
Trabalhadores já haviam relatado da dificuldade de diálogo com os novos donos. Desde que a tradicional camisaria foi vendida, as decisões sobre a companhia são tomadas em São Paulo. Os sinais preocupam o setor.
Situação financeira
As coisas não estão fáceis para a Restoque. Em 2016, a empresa viu o prejuízo líquido das operações subir de R$ 17,2 milhões para R$ 61,6 milhões. No fim do ano passado, aprovou um plano de reestruturação, a ser implantando ao longo de 2017, que prevê o fechamento de lojas de marcas do grupo – entre elas a Dudalina.
No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido até reduziu (57,6% na comparação com igual período de 2016), mas continuou no vermelho, em R$ 10,2 milhões. Os dados constam em demonstrativos financeiros apresentados pela companhia ao mercado.
Tentou-se contato com a empresa, via assessoria de imprensa, para comentar a decisão de fechar as fábricas de Benedito Novo e Presidente Getúlio, mas não houve retorno. Na ocasião das demissões em Blumenau, em abril, a Restoque também foi contatada e não se manifestou.
Com informações do site Diário Catarinense