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Extinção em massa por crise climática pode começar antes de 2050, diz especialista

Mudanças climáticas podem causar extinção em massa antes de 2050, alerta Hugh Montgomery, durante evento no Rio

Foto: Divulgação

O avanço das mudanças climáticas pode levar a uma extinção em massa antes de 2050, segundo o médico e pesquisador britânico Hugh Montgomery, durante uma conferência internacional sobre clima e saúde que teve início nesta terça-feira (8), no Rio de Janeiro.

Para o especialista, a crise climática já começou e é responsável pela mais rápida extinção de espécies da história e ameaça diretamente a existência humana,

Montgomery é diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da Universidade de Londres. Ele é um dos autores do relatório de 2024 da revista The Lancet sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde, no qual ele destacou: “Somos os responsáveis por isso.”

Risco de extinção em massa aumenta com o aquecimento global

O cenário pode se agravar caso a temperatura média global atinja 3°C acima dos níveis pré-industriais. Em 2024, o planeta já registrou um aumento recorde de 1,5°C.

Projeções científicas apontam que se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual, a elevação pode chegar a 2,7 °C até o final do século.

“Se continuarmos golpeando a base instável da estrutura em que vivemos, colocaremos em risco a existência da própria espécie humana”, alertou Montgomery.

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Em 2023, as emissões globais atingiram 54,6 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente — um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. O cientista também ressaltou que a concentração atmosférica de dióxido de carbono segue aumentando de forma acelerada.

Impactos podem ocorrer antes do previsto

Conforme Montgomery, mesmo aumentos temporários de temperatura entre 1,7 °C e 2,3 °C já seriam suficientes para provocar o colapso de grandes massas de gelo no Ártico, e assim causar uma extinção em massa.

Esse derretimento pode desacelerar a Circulação Meridional do Atlântico, sistema responsável pelo equilíbrio climático global, gerando elevação significativa do nível do mar nas próximas décadas.

Além do CO₂, o pesquisador chama atenção para o metano, gás com potencial poluente 83 vezes maior e liberado principalmente durante a exploração de combustíveis fósseis, como o gás natural.

Efeitos econômicos

Segundo Montgomery, os prejuízos econômicos da crise climática também serão severos. A estimativa é de que, a partir de 2049, a economia global possa perder até 20% de seu valor anualmente — cerca de US$ 38 trilhões — se medidas urgentes não forem tomadas.

Ele defende que as ações de adaptação climática devem caminhar junto com a redução drástica das emissões de poluentes. “Tratar apenas os sintomas, sem buscar a causa, não resolve. Precisamos cortar as emissões agora”, concluiu.

O Brasil foi escolhido como sede do encontro internacional por sediar a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, marcada para novembro.

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