Executivo foi escolhido o quarto melhor da América Latina e o 29º do planeta.
Entre a década de 1970 e a atualidade, o Brasil se consolidou como país industrializado de população majoritariamente urbana. As transformações econômicas e demográficas se refletiram na necessidade de modernização do setor elétrico.
Um dos protagonistas dessa história é um engenheiro elétrico nascido em Minas Gerais, que construiu carreira em empresas de energia. Sua biografia é contada no livro Manoel Zaroni Torres: foco nas pessoas, olhos no futuro, que as jornalistas Duda Hamilton e Nubia Silveira lançarão no dia 30 de agosto às 19h, em Florianópolis, na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina – FIESC.
Antes do lançamento, Zaroni fará palestra no Encontro de Ideias da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina – ADVB/SC, que vai reunir outro executivos, entre eles Décio Silva, da WEG, Glauco Corte, da Fiesc e Eduardo Sattamini, da ENGIE Brasil Energia.
“Escrevemos o livro para deixar documentada a vida profissional e pessoal de Zaroni, executivo que chegou a ser considerado o quarto melhor da América Latina e o 29.º do mundo. Para chegar nessa posição foi um longo e diverso caminho”, conta Duda Hamilton. A obra é referência valiosa sobre um período histórico importante, quando o País se redemocratizou e se abriu para o mundo.
Suas mais de 200 páginas revelam um meticuloso trabalho de pesquisa, que abrangeu 78 entrevistas ao longo de sete meses, além de consultas a jornais de época, fotos e outros documentos de arquivos públicos e privados. O resultado é uma biografia densa, mas de fácil leitura, que narra as conquistas e tensões de uma vida extraordinária, entrelaçando-as com episódios marcantes para o sistema energético nacional.
Desafios
Uma dos maiores desafios do setor, por exemplo, foi vivenciado na década de 1980 por Zaroni e seus colegas: levar a energia gerada em Itaipu Binacional para São Paulo, Rio de Janeiro e Sul do Brasil. O executivo administrava a maior subestação do Brasil da época, a de Foz do Iguaçu.
Sua contribuição foi decisiva para encontrar uma solução técnica capaz de transportar a energia excedente do Paraguai, com frequência de 50 Hertz, para os clientes brasileiros em 60 Hertz. Zaroni participou de várias reorganizações do sistema elétrico. Adepto da máxima “quem se desloca tem a preferência” e com visão de longo prazo, ele foi um dos primeiros profissionais do setor a trocar uma estatal por uma empresa privada.
Resultados
Depois de formado em Engenharia Elétrica, Zaroni trabalhou em apenas duas empresas: Furnas, onde chegou como empregado do Laboratório de Medidas Elétricas e Eletrônicas e saiu como superintendente de produção; e Gerasul/Tractebel, hoje ENGIE Brasil Energia, onde chegou em 1998 para ser diretor de operação e nove meses depois assumiu como presidente.
Em 17 anos no cargo, Zaroni elevou o valor de mercado da empresa de R$ 800 milhões em dezembro 1999 para R$ 25 bilhões em julho de 2016. Nesse período, o parque gerador cresceu 89% em capacidade instalada e os ganhos dos acionistas multiplicaram-se 67 vezes. Em 30 de junho de 2016, ele entregou o cargo a Eduardo Sattamini.
Hoje aposentado, Zaroni ainda faz parte do Conselho Administrativo da ENGIE Brasil Energia e de outras duas empresas. Também é sócio da filha em lojas de calçados. Atualmente, divide seu tempo entre os conselhos corporativos, as netas, os filhos e viagens com a mulher e amigos.
A valorização da equipe, a postura ética e a preocupação socioambiental são algumas das suas qualidades mais lembradas pelos amigos e colegas. O livro é organizado em três partes. A primeira aborda o lado profissional. A segunda parte é dedicada à vida pessoal – antepassados, estudos, família e amigos. Por fim, uma linha do tempo resume os pontos mais importantes da vida deste mineiro de Maria da Fé.
Colaboração: Dauro Veras