A ideia de uma estufa hidropônica movida à energia solar faz parte de um projeto com pesquisadores da Universidade de Cambridge, do Reino Unido.
Falta pouco para o campus da Unisul de Tubarão terminar a construção de um novo ambiente de aprendizagem: uma estufa de hidroponia para a produção de hortaliças. Nesse método, diferente do tradicional, as plantas são cultivadas fora do solo e recebem todos os nutrientes necessários para o crescimento por meio de uma solução nutritiva. Os recursos para esse investimento provêm do fundo Newton, órgão da comunidade europeia que apoia projetos na área de sustentabilidade.
O coordenador do Curso de Agronomia, Prof. Celso Albuquerque, explica a importância social desse projeto nos dias de hoje. “Atualmente, se gasta entre 20 e 30 litros de água potável para produzir apenas uma alface. Isso fora a mão de obra, energia, entre outros fatores produtivos. Se pensarmos que cada litro de água potável custa um real, estaremos gastando 30 reais para a produção de apenas uma unidade de alface. Essa conta é injusta, vocês não acham? Usando a tecnologia da produção hidropônica nessa estufa, usaremos apenas 4% dessa quantidade de água”.
Celso conta ainda que a estufa funcionará com energia solar, o que vai diminuir ainda mais o custo e o impacto ambiental da produção. Quando estiver pronta, só será necessária a compra das sementes e do adubo, pois a estufa funciona inteiramente por energia solar.
“A adubação ainda é química. E mais para frente, queremos desenvolver um sistema de adubação orgânica alinhado à produção de peixes. Eles seriam criados e alimentados num tanque, cuja água regaria as plantas. Enquanto isso, os resíduos da ração e dos próprios peixes forneceriam nutrientes às hortaliças”, explica Celso, adiantando uma segunda etapa do projeto, prevista para 2018.
Para o pesquisador envolvido e coordenador do projeto Bridge, professor José Baltazar de Andrade Guerra, futuramente a estufa hidropônica atenderá a famílias em geral. “Em 2050, mais de 50% da população mundial morará nas cidades. Com certeza esse projeto ajudará a desenvolver a agricultura em espaço urbano e também facilitará muito a agricultura familiar”, afirma. “Assim quem mora na cidade também poderá produzir parte do próprio alimento e de modo saudável”, completa.
A expectativa é que a Unisul produza 2 mil unidades de alfaces a cada 21 dias. Após a colheita, elas serão utilizadas dentro da universidade e também doadas a asilos, entre outras instituições beneficentes. De acordo com o coordenador Celso, a previsão da inauguração da estufa é para o início do próximo semestre.
A ideia de uma estufa hidropônica movida à energia solar foi elaborada pelos pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Eficiência Energética e Sustentabilidade – GREENS, e faz parte de um projeto com pesquisadores da Universidade de Cambridge, do Reino Unido (Projeto Bridge) e conta com o apoio da Fapesc.
Colaboração: Comunicação Unisul