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Estudo revela presença de substância similar à Anfetamina em cigarros eletrônicos

A análise incluiu três marcas de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, e utilizou técnicas avançadas

Foto: Divulgação

Um estudo recente conduzido pela Polícia Científica e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou a presença da substância octodrina, similar à anfetamina, em amostras de cigarros eletrônicos apreendidos em Joinville, Santa Catarina. Essa descoberta foi apresentada no Congresso Brasileiro de Toxicologia, destacando que a octodrina, também conhecida como dimetilhexilamina (DMHA), não é mencionada nas embalagens dos produtos analisados, violando normas de transparência e segurança.

A análise incluiu três marcas de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, e utilizou técnicas avançadas como cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. A octodrina é um estimulante do sistema nervoso central, com efeitos semelhantes às anfetaminas, e pode causar graves riscos à saúde, como intoxicação, dependência e sintomas de abstinência.

A professora Camila Marchioni, do departamento de patologia da UFSC, destacou a crescente popularidade dos cigarros eletrônicos entre os jovens, o que aumenta a urgência de abordar os perigos associados a esses dispositivos. Ela também mencionou que uma pesquisa inicial está em andamento no Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFSC para desenvolver métodos de análise desses dispositivos.

Gisele Parabocz, perita criminal bioquímica envolvida na análise, enfatizou a importância de investigar detalhadamente esses produtos em Santa Catarina para compreender melhor os riscos e apoiar a formulação de políticas públicas de saúde mais eficazes. Ela sublinhou a necessidade de uma fiscalização rigorosa para combater a distribuição e o consumo de produtos irregulares.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já proíbe a fabricação, importação, venda, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, conforme a resolução número 855/2024. Os resultados deste estudo reforçam a necessidade de uma fiscalização contínua e eficaz para proteger a saúde pública dos perigos associados ao consumo de cigarros eletrônicos contendo substâncias não declaradas e potencialmente nocivas.