Pesquisa mostrou ainda que 32% das femininas afirmam ter passado por importunação ou assédio sexual no transporte público
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, Ipec e com o apoio da Uber, e divulgada nesta segunda-feira, 12, revela que 45% das mulheres dizem que já tiveram o corpo tocado sem consentimento em local público. Ao mesmo tempo, o levantamento mostra que apenas 5% dos homens admitem ter cometido a importunação.
A pesquisa revela ainda que 32% das mulheres afirmam ter passado por importunação ou assédio sexual no transporte público, mas nenhum homem reconhece já ter praticado esse tipo de violência. Os dados mostram ainda que 31% das mulheres declaram já haver sofrido tentativa ou abuso sexual.
O levantamento “Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas” mostra também que as mulheres tendem a reconhecer mais do que os homens que exercem situações de controle e práticas invasivas sobre o parceiro, como exigir a senha do celular e redes sociais, o bloqueio ou exclusão de amigos das redes. Já os homens afirmam que proíbem o uso de roupas e acessórios usados por elas.
De acordo com os dados, mais mulheres (34%) do que homens (25%) declaram ter sido obrigadas após o fim do relacionamento a bloquear contato, mudar de telefone (18% das mulheres e 8% dos homens) e registrar um boletim de ocorrência (15% das mulheres e 6% dos homens).
Foram entrevistadas, na pesquisa, 1.200 pessoas por telefone, sendo 800 homens e 400 mulheres, com 16 anos ou mais, entre 21 de julho e 1º de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais. O nível de confiança estimado é de 95%.
Violência doméstica e sexual
Uma em cada quatro mulheres agredidas declarou, segundo a pesquisa, que a violência doméstica ocorre com frequência, enquanto apenas um em cada dez homens afirma sofrer violência frequentemente.
O ciúme, verificou o levantamento, motiva a maioria das agressões, para homens e mulheres na mesma proporção. Mais mulheres (30%) do que homens (10%) dizem que o parceiro estava bêbado ou drogado ao cometer a violência.
Também 47% dos entrevistados declaram que as situações de briga e violência acontecem quando estão sozinhos. A vergonha das vítimas impede que familiares saibam da agressão.
Os jovens de ambos os sexos, as mulheres e os homens não heterossexuais relatam sofrer mais violência sexual dos parceiros. O levantamento joga luz sobre os maiores percentuais de homens e mulheres de 16 a 24 anos e de homens não heterossexuais que declaram terem sido obrigados a fazer sexo quando não queriam e a manter relações sexuais sem preservativo.
Após o fim da relação, controle, perseguição e calúnia são as agressões mais relatadas, de acordo com o levantamento. Já o revide, o nervosismo e a falta de paciência são as principais justificativas para brigas e agressões.
Segundo a pesquisa, amigos e familiares devem intervir se desconfiam ou sabem que a mulher é vítima de violência doméstica. A grande maioria avalia de forma positiva a Lei Maria da Penha.
Agressores
Segundo a pesquisa, 89% dos entrevistados concordam que os homens que agridem as parceiras sabem que isso é crime, mas acreditam que não serão punidos. O mesmo percentual avalia que os suspeitos não costumam receber as devidas punições.
Para 76% dos entrevistados, a polícia e a Justiça no Brasil tratam a violência doméstica contra mulheres como um assunto pouco importante.
Com informações do TNSul