Hyan e Willian fazem parte de uma das equipes vencedoras.
O potencial dos estudantes da Unesc foi reconhecido mais uma vez. Duas ideias empreendedoras com o envolvimento de acadêmicos e professores da Universidade estão entre as vencedoras do Sinapse da Inovação, um programa de incentivo ao empreendedorismo que visa transformar ideias inovadoras geradas por estudantes, professores, pesquisadores e profissionais de diferentes setores em negócios de sucesso.
A sexta edição do Sinapse selecionou 100 projetos em Santa Catarina – cada um ganhará até R$ 60 mil em subvenção da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) para desenvolver seu negócio, entre outros benefícios para capacitações e suporte durante seis meses para alavancar a empresa.
Entre os 100 projetos aprovados no Estado estão o “Biocoating – Revestimento de sementes com matéria orgânica ativa”, que envolve estudantes do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unesc e o “Remediação de solos contaminados por processos oxidativos avançados”, com a participação de alunos do curso de Engenharia Química da Universidade.
A Tec, uma startup dedicada para a utilização de ozônio no processo de recuperação de áreas contaminadas por processos oxidativos, foi o projeto criado pelos alunos de Engenharia Química Willian Acordi Cardoso, Hyan Dias Tavares, pela egressa do curso Ana Carolina Feltrin e pela mestre em Ciências e Engenharia de Materiais pela Unesc, Mariana Borges Polla. Eles desenvolveram toda a ideia, da parte técnica de pesquisa até o plano de negócios – com o apoio do professor da Unesc Elídio Angioletto – e a ideia chamou a atenção dos avaliadores do Sinapse. “É a primeira vez que participamos do programa. Estar entre os 100 selecionados em um universo de 1.700 inscritos foi uma vitória e tanto”, afirma Tavares, que é presidente da Empresa Júnior do curso de Engenharia Química e o responsável pelo planejamento da startup.
Segundo levantamento feito pelo grupo, há cerca de 300 mil áreas contaminadas por processos oxidativos ou em processo de recuperação no Brasil. A proposta da Tec é utilizar o gás ozônio no processo de remediação destas áreas. “Hoje o peróxido de hidrogênio é usado e o processo leva em torno de cinco anos. A ideia é utilizar o ozônio e o peróxido ou apenas o ozônio. O custo é menor e a remediação do solo pode ocorrer em até quatro meses”, explica Cardoso. O próximo passo do grupo é organizar os materiais para o trabalho da empresa. A Tec será incubada na Itec.In (Incubadora Tecnológica de Ideias e Negócios), localizada no Iparque (Parque Científico e Tecnológico da Unesc).
Para os estudantes, a experiência está agregando muito na formação profissional. “Percebo muitas pessoas reclamando que as oportunidades não poucas. Desde o início do curso, os professores falam que temos que ser proativos e sair da zona de conforto. A Universidade é um lugar que te dá muitas possibilidades. A Tec, por exemplo, foi criada aqui dentro”, comenta Cardoso, que vai receber o certificado de conclusão do curso superior este mês e passou parte da graduação trabalhando em projeto de pesquisa desenvolvido pela Unesc. Ele já planeja carreira com a empresa e a continuidade dos estudos, em um mestrado na área de Engenharia Química.
Segundo o coordenador do curso de Engenharia Química, Michael Peterson, nesta edição do Sinpase, o curso de Engenharia Química foi representado por três projetos, o que mostra vertente inovadora dos acadêmicos. “Isto é importante pois cria condições para que os estudantes desenvolvam ainda mais o empreendedorismo e, para um futuro próximo, criarem uma empresa de alta tecnologia na região, gerando empregos e girando a economia”, afirma.
A reitora da Unesc, Luciane Ceretta, ressalta que a classificação da Unesc no Sinapse da Inovação é fundamental para uma Universidade que investe em ensino, pesquisa e extensão. “Ela é considerada um celeiro da produção do conhecimento, o que inclusive a diferencia das demais instituições de ensino superior. Até porque estamos com investimentos muito fortes nessa área da inovação, que passa por uma gerência específica para esse setor. Então o Sinapse se mostra um consolidador dos investimentos que estão sendo feitos na Universidade nesta área, e também nos direciona para novos investimentos daqui para a frente, além de nos ressaltar de que a opção que fizemos foi a correta”, afirma a reitora da Unesc.
O Sinapse é considerado o maior programa de empreendedorismo do Brasil. Em cada edição regional, recebe mais de mil ideias inovadoras. É realizado pela Fundação Certi e promovido pela Fapesc e pelo Governo do Estado de Santa Catarina com o apoio do Sebrae e a parceria da Unesc e do Núcleo de Empreendedorismo da Universidade.
Colaboração: Milena Nandi / Comunicação Unesc