Iniciativa é desenvolvida nas turmas do curso técnico de Comunicação Visual da Satc.
A menina ainda brinca com um ursinho e adora se vestir de princesa, mas para o pedófilo ela é um objeto de estímulo sexual. O transtorno, considerado doença pela Organização Mundial de Saúde – OMS, se torna crime quando há o armazenamento de fotos e vídeos que apresentem crianças em cenas de sexo. Falar de um assunto tão sério não intimidou os alunos da turma 1204, do curso técnico de Comunicação Visual da Satc.
A iniciativa dos colegas Ana Flávia Guidi, Gabriel Goulart, Gustavo Padilha, Lara Pirola, Larissa Nogueira, Laís Possa, Maria Eduarda Alves, Maria Laura Teixeira e Milena Brasil ultrapassou a sala e ganhou a escola. Agora, os jovens querem levar sua mensagem mais além. “Queríamos que fosse algo impactante, que fizesse as pessoas pensarem”, contou Gustavo.
No cartaz produzido pelo grupo, a imagem de uma menina, com um urso na mão e uma coroa de princesa. Na sua frente, um homem oferece um doce. A frase “Às vezes alguns doces ficam muito amargos” traz a referência à pedofilia. “É algo que acontece muito, mas ninguém fala”, disse Maria Eduarda.
Nas disciplinas de Software Aplicativo e Metodologia de Projetos, dos professores Walace Apolo e Juliana Alfredo De Bona, os adolescentes desenvolveram a proposta. “A ideia era que eles fizessem uma campanha, buscando um tema relevante e usando as ferramentas que apresentamos em sala de aula”, explicou o professor Walace.
Da discussão em sala, eles criaram uma marca, a JUS, Justiça, União e Solidariedade, que está estampada nas criações. Surgiram cartazes, outdoor, uma página no Facebook e até teatro. Segundo Laís, eles já levaram o tema para ser discutido com as turmas do ensino médio da Satc. “Uma colega entra de repente, falando do tema, os colegas não entendem num primeiro momento, alguns até ficam rindo. Mas depois, quando entramos na sala e explicamos, eles prestam atenção no assunto”.
A iniciativa, que ganha os corredores da Satc, estará estampada no outdoor que a escola tem no estacionamento um. “A direção, coordenadores e os professores estão apoiando a ideia”, afirmou Ana. E o grupo quer ampliar as discussões, trazendo outros temas polêmicos e importantes para a página do JUS. Eles estão estudando e irão falar sobre bullying, estupro e violência contra mulheres.
Temas atuais em debate
Na sala 1204 outra proposta também foi apresentada. O grupo de Marina Spricigo Bonifácio decidiu debater estereótipos impostos pela sociedade, falar em nome de minorias e divulgar as questões de igualdade de gênero. Ela e os colegas Gabriel Naspolini Schlindwein, Heloise Teixeira, Henrique da Rosa Batista da Silva, Karoline dos Santos Pasini, Lucas Fraga de Freitas, Renata Padilha Marques, Rangel Vieira Goulart e Sara de Bem Apolinário decidiram a campanha “Podemos sim”, onde uma mulher, bem arrumada e vestida de noiva, troca o pneu de um carro.
Na turma 1203, também de Comunicação Visual, os temas trabalhados foram a prevenção às drogas e o estímulo à doações. “Escolhemos seis propostas que podem estimular as pessoas à doar. Pode ser desde alimentos até sangue. O importante é sensibilizar”, ressaltou o aluno Bruno Pavei.
No projeto Combate Jovem, o grupo de Eduardo Scussel, decidiu falar sobre algo que está muito presente na vida de adolescentes, que são as drogas. “Queremos divulgar a campanha a todos”, afirmou. Os cartazes desenvolvidos pelos estudantes foram colados em pontos estratégicos da Satc para chamar a atenção dos colegas sobre os temas.
Colaboração: Comunicação Satc
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