Trânsito

Estrada do Iró estará fechada nesta quarta em Laguna

Foto: Divulgação

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 A rua Luís Severino Duarte, conhecida como Estrada do Iró, em Laguna, receberá nesta quarta-feira (6) um serviço de recuperação asfáltica de alguns trechos. O trânsito será fechado entre 7h às 19h.

A ação será necessária devido à constante infiltração de água sob a via. O serviço será executado pela equipe da Secretaria de Transportes, Obras, Pesca, Desenvolvimento Rural e Aquicultura, coordenada pelo secretário Renato de Oliveira, o Checo. O adjunto da pasta, Célio Medeiros, também apoia os trabalhos.

Segundo Renato, essa infiltração vem do morro ao lado da via, causa forte erosão no solo e, consequentemente, muitos buracos, o que impossibilita o reparo com material asfáltico, sem que antes seja feito uma contenção desta água. Por se tratar de um acesso com grande trafegabilidade às praias do Mar Grosso e Gi, o secretário esteve reunido nesta segunda-feira (4) com o prefeito Everaldo dos Santos para traçar a solução e uma intervenção emergencial. O prefeito determinou que tal serviço fosse realizado em regime de urgência visando a segurança. Profissionais da Casan também auxiliarão na abertura da rua. A Guarda Municipal estará no local para auxiliar os motoristas.  

Além deste serviço, também será feita a manutenção ao longo da via, como a retirada do mato, pintura das muretas, limpeza de calhas e bocas de lobos.

A Estrada do Iró liga a avenida João Marronzinho às praias. São cerca de 600 metros. Com a chuva dos últimos dias, o acúmulo de água na via prejudicou o trânsito, que será desviado pelo Morro da Glória e bairro Magalhães. Na alta temporada é grande o número de veículos trafegando pela via, principalmente, nos finais de semana.

Uma praia que serviu para homenagear um presidente da República

Quem chega em Laguna pelo Mar Grosso é presenteado pela mãe natureza. A Praia do Iró, com suas pedras em tons avermelhadas banhadas pelas ondas do Oceano Atlântico, deslumbra o olhar. O vai e vem do mar quebrando nas pedras vira atração. Localizada ao norte de Laguna, tornou-se muro natural entre o Gi e o Mar Grosso, costumeiramente visitada por pescadores, caminhantes e banhistas.

Papa-terra, anchova e bagre são vistos em molinetes dos pescadores no alto das pedras, em dias de maré alta. Ao observar o local, o visitante percebe estranhos cortes nas pedras, não foram os índios, nem tribos pré-históricas, mas o homem branco em uma época que pouco se falava em preservação ambiental.

As pedras foram cortadas em grandes blocos para construir o monumento do trabalhador, no bairro Magalhães, em frente ao Porto de Laguna, ato para prestigiar o então presidente Getúlio Vargas, em 1941.

A história começa em 1940, quando, aproveitando a visita de Vargas ao estado, o prefeito Giocondo Tasso encontra-se com o presidente e coloca em pauta as necessidades de modificações do porto para que pudesse escoar o carvão extraído na região de Criciúma. Como era de importância estratégica para o funcionamento da CSN em Volta Redonda, o presidente liberou a obra.

No ano seguinte, então, a pedido do governador Nereu Ramos, reuniram-se em Laguna os prefeitos de Tubarão, Jaguaruna, Orleans, Imaruí, Araranguá, Urussanga e Criciúma para pedir apoio financeiro e construir um monumento em frente ao porto carvoeiro.

O escultor Hildegardo Leão Veloso é contratado para elaborar a homenagem. A empresa de Irís Luz assume o difícil trabalho de retirar as pedras da Praia do Iró, que serviram de base do monumento de 11,5 metros.

A obra é ornamentada com esculturas em bronze, divididas em dois grupos: frontais e laterais. As esculturas laterais mostram homens nus trabalhando na extração do carvão sem nenhum equipamento adequado, empregando força física no serviço, já na parte traseira do monumento, está uma placa de bronze com a imagem de homens extraindo o carvão utilizando equipamentos para extração e material de proteção nas minas, ao lado contrário, uma esfinge de Vargas encravado na rocha. A intenção foi mostrar como o trabalho dos mineiros era pesado, sem amparo. 

Para os historiadores, o presidente aparece como o protagonista de mudanças qualitativas na economia e nas condições de trabalho. O Monumento é uma propaganda de um regime político, o chamado Estado Novo, que marcou a história do Brasil.

Hoje, o monumento é um dos atrativos turísticos do município.

Colaboração do Departamento de Comunicação da PML