Novas perspectivas e orientações para situações de encalhe e emalhe de mamíferos marinhos estão sendo abordadas num encontro hoje (13), em Laguna, por profissionais do Projeto Baleia Franca, R3 Animal, Udesc e Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – APA. Participam também representantes da Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros e Marinha.
Desde 2010, a APA possui um protocolo oficial para procedimentos em casos de mamíferos marinhos encalhados e ao longo do tempo ele precisa ser atualizado. Devido às novas situações de emalhamento em redes de pesca, o documento passará a oferecer orientações também para estes casos.
De acordo com a veterinária e pesquisadora da R3 Animal, Cristina Koleinikoviski, os procedimentos para resgate de baleias francas, por exemplo, encalhadas e emalhadas são diferentes. “A baleia encalhada está parada, não consegue sair dali, então oferece mais chances de aproximação. Já a baleia emalhada, geralmente, está agitada e se movimentando, o que oferece riscos para quem se aproxima, demanda mais cuidados”, explica.
Pedro Castilho, professor do curso de engenharia de pesca da Udesc, destaca que não são somente as baleias que tem problemas com as redes. “Muitos outros animais marinhos sofrem com o emalhe”, diz.
Durante o encontro, pesquisadores das instituições citadas apresentaram dados coletados, de 2002 a 2014, sobre registros de baleias francas encalhadas na área de proteção. De lá para cá, foram 27 encalhes, o equivalente a 1,9% ao ano. Destes, 63% são filhotes e os outros 37% adultos ou juvenis.
Uma operação de resgate destes mamíferos requer cuidados e pode ser muito arriscada. Segundo a bióloga do Projeto Baleia Franca, Karina Kroch, quando tem planejamento e uma equipe capacitada, a chance de sucesso é grande e os riscos de acidente diminuem.
Durante o encontro, previsto para terminar às 17h, será reforçada a existência e papel de cada instituição envolvida, realização de uma análise conjunta, definição de perspectivas com detecção de gargalos e os encaminhamentos.
As baleias francas
Oficialmente, o período de permanência das baleias francas no litoral sul catarinense começa em julho e segue até novembro. Setembro é considerado o auge. Essa é a época em que procuram as águas calmas e mais quentes para acasalar, parir e amamentar seus filhotes.
Os mamíferos que acasalaram no ano passado estão retornando para procriar. De acordo com o Projeto Baleia Franca, o período estimado de gestação é de 12 meses. Enquanto permanecem nesta região as baleias adultas não se alimentam.
Desde 1987, são 670 baleias-franca catalogadas pelo projeto.
Extinção
A baleia franca ainda se encontra na lista nacional de animais que correm risco de extinção, conforme a última reavaliação feita pelo Ministério do Meio Ambiente. Entretanto, Kroch salienta que esta população vem crescendo nos últimos anos. “O aumento populacional de baleias chega a 12% ao ano”, ressalta.
Colaboração: Comunicação Prefeitura de Laguna
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