Curada há anos de um câncer de mama, Marlise Zomer promove evento motivacional, a partir das 14h, no Centro de Vivências do Unibave.
Marlise Zomer, 56 anos, e Samuel Ribeiro Arent, de 13 anos, nunca cruzaram seus olhares, mas eles têm muito em comum. Após buscar ajuda médica após alterações físicas, ambos ouviram a mesma palavra: câncer. Ela um câncer de mama, ele um linfoma não-Hodgkin. Mas, essa dupla compartilha muito mais que um diagnóstico. A forma como eles enfrentaram e enfrentam a doença é o principal elo.
Marlise descobriu a doença após sentir um caroço em seu seio e está curada há 14 anos. Ela relata o choque ao ouvir a junção de letras que forma a palavra câncer. “A primeira coisa que pensei quando descobri foi que iria morrer, mas depois pensei que não tinha outra escolha a não ser fazer o tratamento. A melhor escolha é lutar. Lutar muito!”, relata.
O tratamento contra o câncer ocasiona efeitos colaterais árduos. Apesar disso, Marlise jamais pensou em desistir. “Nunca pensei em desistir, inclusive, durante ao tratamento eu passava energia positiva para a minha família, que é maravilhosa. Quando se tem uma família que te apoia e te ama é tudo mais fácil. Penso que doença, amor, carinho e paciência devem andar sempre juntos”, menciona.
“A mensagem que deixo para as pessoas que estão enfrentando essa doença é exatamente que lutem, que não desanimem. Se apeguem em coisas boas, procurem conversas com pessoas que levantam o seu astral. Evitem pessoas que te olhem com pena, porque essas não são as companhias para esse momento. Siga em frente, pois viver é a coisa mais maravilhosa que existe nessa terra”, declara Marlise.
Um sonho e um encontro
E é justamente essa mensagem que ela deseja passar para o maior número pessoas. Foi esse desejo que norteou a sua iniciativa de organizar o 1º Encontro dos Lutadores e Vencedores do Câncer, que acontece neste domingo, dia 21, a partir das 14h, no Centro de Vivências do Unibave.
“Programe-se e venha participar deste lindo encontro, lutadores e vencedores do câncer. Será um evento com vivência de autoconhecimento de diversão e acolhimento. Teremos terapias como Reiki, Musicoterapia, Dança Circular e Terapia do Riso. Haverá palestra, sorteio de brindes e um delicioso café. Será uma tarde de motivação, que nos dará forças para continuar as lutas diárias!”, detalha Marlise.
Ela relata como projeto começou a ser planejado. “Há um tempo tive um sonho e fiquei pensando em como fazer algo para que nós que já passamos pela doença e os que ainda estão em tratamento pudéssemos nos ajudar de forma mutua. Afinal, é uma barra que não é fácil, mas também não é tão difícil, especialmente, quando temos apoio. Então, veio a ideia desse encontro”, detalha.
Sobre a expectativa do evento, ela sintetiza que são as melhores possíveis. Ciente da importância do apoio no enfrentamento da doença, o seu desejo é que o evento ganhe mais edições e cada vez mais adeptos.
Para ele, a luta continua
Já Samuel, segue sua luta. Ele permanece internado no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba-PR, após o procedimento de transplante de medula óssea. Ele e a família seguem confiantes no sucesso do procedimento.
“O tratamento pré-transplante é bastante agressivo, pois é preciso que nenhuma célula do linfoma esteja no corpo dele e isso causa efeitos colaterais cruéis. Mas, seguimos firmes e fortes. Além disso, os exames apontam um aumento gradativo dos leucócitos, o que indica que a medula recebida está começando a entrar em atividade”, explica o pai do menino, Everson Arent.
A doença foi descoberta em novembro de 2016 com o surgimento de um caroço na virilha do menino. Após aproximadamente três meses realizando uma série de consultas e exames, a família recebeu o diagnóstico. Mesmo com a equipe médica informando que a doença já estava em estágio avançado, após o tratamento exames apontaram que a doença havia desaparecido.
Porém, após quatro meses, os pais perceberam o surgimento de caroços no couro cabeludo e na cervical. A doença havia reincidido e o menino passou por mais um tratamento. A equipe médica optou pela realização de um transplante autólogo, que foi realizado com sucesso. Mas, novamente a doença reincidiu.
A força do sorriso
Apesar de ter que trocar as brincadeiras de criança por remédios e hospitais, o sorriso no rosto permanece. E a certeza da vitória contra o câncer é inabalável. Sua força inspira a família. “Meu filho nunca se entregou, jamais perdeu a esperança. Nunca teve medo de morrer porque acredita na sua cura. Essa coragem nos dá ainda mais força para enfrentar qualquer obstáculo”, declara Everson.
“O momento ainda é delicado, inspira cuidados. Mas, temos muitas pessoas que torcem pelo Samuel e nos ajudaram muito nessa caminhada. E nós sabemos o poder da oração. Continuamos contando com essa sinergia toda em prol do nosso filho”, diz Everson.
Questionado sobre uma possível participação de Samuel na segunda edição do encontro promovido por Marlise, ele não titubeou na resposta. “Mas é óbvio. Será uma alegria para nós”, finaliza o pai do menino.