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Em 28 dias, Covid-19 matou 5,2 vezes mais que cinco doenças somadas em Santa Catarina

Influenza, dengue, febre amarela, sarampo e meningite juntas mataram sete pessoas desde que o novo coronavírus fez a 1ª vítima no Estado.

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Epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população em grande região, continente ou por todo o planeta. A definição de pandemia assusta, ainda mais quando os números são comparados aos de outras doenças.

Em Santa Catarina, 37 pessoas perderam a vida pela Covid-19 em apenas 28 dias. De 25 de março até esta terça-feira (21), conforme dados oficiais do governo do Estado, sete pacientes morreram em decorrência de outras cinco doenças infecciosas: influenza, dengue, febre amarela, sarampo e meningite bacteriana.

Ou seja, o novo coronavírus matou 5,2 vezes mais do que todas essas enfermidades somadas, no mesmo período.

Mortes por doenças contagiosas em Santa Catarina

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Já em todo o ano de 2019, as cinco doenças juntas mataram 85 pessoas em Santa Catarina. Com isso, a média fica em 0,2 mortes por dia no período.

Apenas a Covid-19, desde que registrou a primeira morte no Estado, no dia 25 de março, até 21 de abril, tem uma média de 1,32 de letalidade. Ou seja, todos os dias, mais de um catarinense morre em decorrência do coronavírus e suas complicações.

Isto conforme os dados oficiais, descartando mortes suspeitas que ainda aguardam na fila por resultados no Lacen (Laboratório Central).

Com outras doenças, por que a Covid-19 preocupa tanto?

A Covid-19 é uma doença nova, que coloca cientistas e especialistas trabalhando contra o tempo para tentar mapear o modo como atinge as vítimas. Sem medicação específica para o vírus, há uma corrida para encontrar a cura e uma vacina.

Enquanto isso, outras doenças coexistem e continuam atuando. Em Santa Catarina não há registros de mortes por sarampo e dengue em 2019. A última morte por dengue no Estado ocorreu em 2016. Já as mortes decorrentes do coronavírus se espalham por 23 municípios catarinenses em menos de um mês.

Apesar de reforçar que se deve pensar no conjunto e nas particularidades de cada doença, Fábio Gaudenzi de Faria, presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia, ressalta que a taxa de mortalidade da Covid-19 e suas características de contágio justificam a preocupação em todo o mundo.

Apesar disso, ele ressalta também a importância da prevenção e do tratamento da outras doenças, que também podem matar e saturar o sistema de saúde.

“São doenças que têm características, letalidade e taxa de mortalidade mais baixas e que com essa dinâmica da nossa população acabamos não vendo um grande número de óbitos”, explica.

Com a rede de saúde saturada com pacientes do coronavírus, pessoas com outras doenças podem enfrentar dificuldades de atendimento, aumentando o número de mortes.

“O cenário acaba complicando para todas as doenças. Não é porque existe uma pandemia que as outras doenças não existem mais”, ressalta Gaudenzi.

Fácil transmissão, população vulnerável e taxa de mortalidade

Mais de 178 mil vidas foram perdidas no mundo pela Covid-19 até o momento. No Brasil, foram mais de 2,7 mil pessoas enterradas com a confirmação da doença. Apesar disso, o número pode ser muito maior por causa da subnotificação de casos.

O presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia ressalta que um dos principais pontos de preocupação do coronavírus é a forma de disseminação: de fácil contágio, a doença se espalhou pelo mundo em um curto período.

Em Santa Catarina, já são 1.091 casos confirmados em 100 municípios.

“Como é um vírus novo, em teoria, toda a população do planeta é suscetível. A grande preocupação é essa suscetibilidade e a facilidade de transmissão. O vírus tem características que causam um grande número de casos em curto período de tempo”, explica.

Outro fator que chama a atenção e preocupa, aponta Gaudenzi, é a taxa elevada de pacientes que requerem internação.

“No contexto da doença é pouco, mas cerca de 15% dos pacientes precisam de internação hospitalar e, no volume geral da população, é muita coisa. Além disso, os doentes graves precisam de internação por períodos longos e isso faz com que aquele leito hospitalar fique ocupado por uma pessoa por muito tempo. Assim, há a saturação da rede”, detalha.

Com informações do site ND Mais

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