Meteorologista explica como o fenômeno influencia a ocorrência de neve e as temperaturas no Estado, neste inverno
Enquanto os moradores de Santa Catarina se preparam para a chegada do inverno, uma notícia desanima aqueles que ansiavam pela beleza e encanto dos flocos de neve.
Os efeitos do fenômeno El Niño, que têm impactado o clima global, apontam para uma baixa probabilidade de neve e até de geadas no Estado neste ano.
Especialistas climáticos alertam que as condições desfavoráveis associadas ao El Niño estão influenciando os padrões atmosféricos, dificultando a formação dos tão aguardados tapetes brancos que costumam encantar as regiões da Serra e do Oeste de Santa Catarina.
Para entender melhor a causa desse empecilho, o ND+ conversou com o meteorologista Piter Scheuer, que esclareceu algumas dúvidas sobre o assunto.
O especialista começa esclarecendo um rumor sobre a probabilidade de neve a partir desta segunda-feira (12).”Não tem chance nenhuma de neve durante esses próximos dias” afirma.
Inverno sem neve?
Agora, com relação ao ano, Scheuer explica que há possibilidade: “Um ou dois episódios de neve ainda pode ter este ano, logicamente que a gente vai monitorando”, diz o especialista.
“O El Niño traz mais chuva, frio úmido, que é o que a gente está vivenciando agora”.
De acordo com Scheuer, a condição de geada, por exemplo, já não é tão frequente no inverno deste ano.
“Até tem alguns episódios de geada previstos esse ano mas não com tanta incidência quanto o ano passado, justamente por conta da influência do El Niño, que é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico equatorial” explica o meteorologista.
Mais chuva do que frio
Somando tudo isso, Scheuer explica que “os episódios de neve não deverão ser tão recorrentes, sendo bem pequena a probabilidade para esse ano”, afirma.
Isso se deve porque a chuva será mais frequente, espantando o frio. “As instabilidades provenientes da Argentina, do Paraguai, do Uruguai acabam se mantendo mais presentes no auge do inverno”, explica.
Para Scheuer, essas tempestades e chuvas que vem se formando na região já são um “sinalzinho” que o El Niño está começando a influenciar o clima. No mês de julho a chuva deve ficar um pouco mais regular.
“Principalmente na segunda quinzena, quando as chuvas devem ser mais volumosas no Oeste e na Serra. No litoral é provável que os meses de agosto, setembro e outubro tenham chuva acima da média com índices pluviométricos além da normalidade”.
“A primavera vai ser o auge do El Niño. Períodos de frio intercalados com períodos de calor num curto espaço de tempo ainda podem acontecer”, afirma.
Com informações do ND+