Dois criminosos considerados de alta periculosidade foram mortos após confrontarem a polícia no início da tarde dessa quinta-feira, na Avenida dos Italianos, no Bairro São Francisco, em Criciúma. Ralfe Araújo Borges, 27 anos, foragido do Presídio Santa Augusta, e Élcio Medeiros, 44 anos, que estava em liberdade condicional, fugiram de uma abordagem das polícias, Civil e Militar, ainda no Bairro Cidade Mineira Nova, e trocaram tiros com os agentes até o local onde foram mortos. Um dos fatos que chamou atenção da polícia foi que parte da população se revoltou contra a ação dos agentes da lei.
Segundo o coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, delegado André Milanese, a operação deu início após informações que o foragido do sistema prisional estava em um Gol, cor branca, transitando na região do Bairro Cidade Mineira. Com apoio da PM, os agentes da Civil foram checar a informação e se depararam com o referido veículo. “O caroneiro, que era o Élcio, começou a atirar contra os policiais havendo uma perseguição com troca de tiros até o Bairro São Francisco. A operação foi na legalidade, no estrito cumprimento de dever legal. Resguardamos pela nossa vida e pelas vidas das pessoas de bem”, relata a autoridade policial.
Criança estava dentro do carro
O carro onde a dupla estava só parou após uma viatura da Polícia Civil provocar um leve acidente. Dentro do veículo dos criminosos estava ainda uma criança, filho de Ralfe. “Os policiais tiraram a criança do veículo e mesmo assim continuaram a ser recebidos com disparos, efetuados por Élcio, que estava em posse de um revólver 38, que foi apreendido com munições já deflagradas. Ralfe, que era motorista, também apontava uma pistola 380. Ninguém ficou ferido. No local, alguns informaram à imprensa que eles haviam se rendido. O que não é verdade. Em seguida, algumas pessoas, em represália, atiraram pedras nas viaturas”, detalha a autoridade policial. A PM conteve o tumulto.
Além da Polícia Civil, com a presença de delegados, inclusive do delegado regional Jorge Koch, a ocorrência mobilizou dezenas de viaturas da PM, assim como a Rondas Ostensivas com Apoio de Motociclistas (Rocam), o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal (GM) que orientou o trânsito, já que o local foi isolado. Os veículos, tanto o Gol como a viatura da Polícia Civil, foram recolhidos. A perícia também esteve no local. Milanese adianta que, mesmo a morte sendo em confronto no exercício da profissão, um inquérito tem que ser aberto para apurar os fatos.
Buscas em Nova Veneza
Após o confronto, policiais civis se deslocaram até o Bairro Santo Antônio, em Nova Veneza, para fazer buscas em uma casa a qual a dupla usava como esconderijo. Na residência, onde não havia ninguém, foram apreendidas diversas joias, roubadas de uma joalheira no município, uma banana de dinamite, dinheiro, inclusive dólares, munições, uma arma de choque e algumas mochilas utilizadas em arrombamento de caixa eletrônico. Os objetos foram levados à sede da DIC.
Milanese explica que a banana de dinamite geralmente é produtos de furto em mineradoras. A polícia não descarta que eles possam estar envolvidos nos arrombamentos a caixas eletrônicos registrados nos últimos dias na região. Dois casos ocorreram em Nova Veneza, cidade do esconderijo da dupla.
Histórico de violência
Ralfe já era investigado desde o ano passado pela Divisão de Furtos e Roubos da DIC, por diversos assaltos na região, todos à mão armada e com uso de bastante violência. Além de agredir, ele costumava amarrar as vítimas e efetuar disparos para intimidar. Os alvos eram residências, empresas e comércio. Em outubro do ano passado ele foi preso após tentar roubar uma residência e fugir da PM em um carro clonado. Naquela época o assaltante já estava foragido do sistema prisional do Rio Grande do Sul (RS), estado onde praticou alguns crimes contra agências bancárias. Ele também era bastante conhecido no meio policial por ser “cofreiro”. Em janeiro desse ano, na companhia de mais dois detentos, Ralfe fugiu do Presídio Santa Augusta, da mesma galeria de onde já havia fugido em 2006.
“Ele atuava sempre com dois, ou três comparsas. Ralfe era um bandido bastante perigoso. Soubemos de relatos que ele não voltaria para o presídio de jeito nenhum. Que preferia morrer e não tinha nada a perder. E infelizmente algumas pessoas ainda são contrárias a polícia que está ali para defender o cidadão de bem. Entre defender a vida de um bandido e a vida de um policial, quem deve ser defendido? Para alguns o criminoso é o lado mais fraco e a polícia é que está errada. O que é lamentável essa inversão, mas não vamos deixar nunca de fazer nosso trabalho e defender as pessoas de bem”, ressaltou a autoridade policial.
Queda em assaltos
Já Élcio tinha passagens também por assaltos, furtos, porte ilegal de arma e tráfico de drogas. Recentemente, a casa dele foi alvo de uma busca e apreensão da Polícia Civil, quando foram apreendidas três armas de fogo e um carro roubado de Jaguaruna. Ambos possuem processos em Braço do Norte. Milanese acredita que deverá ter uma queda, principalmente em assaltos, em toda região.
Com informações do Portal Clicatribuna
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