Caminhoneiros autônomos e transportadoras informam que irão repassar o valor reajustado do diesel, gerando aumento no preço de produtos ao consumidor final.
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A Petrobras anunciou nessa quinta-feira, dia 18, um novo aumento médio nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A partir desta sexta-feira, dia 19, será aplicado um reajuste de R$ 0,23 para o litro da gasolina e de R$ 0,34 para o do diesel.
O preço cobrado nas refinarias da Petrobras corresponde a cerca de 33% do preço pago pelos consumidores finais da gasolina e a 51% do preço final do diesel, segundo a estatal. Com o aumento no diesel, os caminhoneiros autônomos e de transportadoras da região terão que repassar o reajuste ao preço do frete, refletindo ao consumidor final. “Teremos que repassar, porque se isso não acontecer, ficará inviável a gente trabalhar sem margem de lucro”, informa um caminhoneiro de Jaguaruna que prefere não se identificar.
O mesmo raciocínio é seguido pelo caminhoneiro Amarildo de Sá, caminhoneiro do distrito de Morro Grande, em Sangão. “Recebemos esse reajuste com uma revolta e uma indignação enorme. O que a gente está organizando na região é o reajuste do frete. Será repassado ao consumidor. Não dá mais para segurar”, conta De Sá.
Ele lembra que, no começo do fim do ano passado, o preço do litro do diesel estava R$ 3,20, agora hoje está R$ 4,00. “Infelizmente, mais uma vez, vai estourar no consumidor final”, lamenta De Sá.
Gasolina rumo aos R$ 5
O proprietário de postos de combustíveis em Criciúma e Maracajá, Luiz Orlando Simon conta que, a partir do momento em que a companhia de distribuição repassar o valor, os proprietários de postos irão repassar ao consumidor final. “É uma situação muito ruim para todos nós. Tanto para o revendedor como para o consumidor”, relata Simon.
Segundo ele, ainda é cedo para dizer com precisão qual será o aumento em centavos. “Vai depender da concorrência entre os postos para que um valor médio seja definido”, projeta Simon. Atualmente, os postos em que ele é proprietário, o valor da gasolina está em R$ 4,79, enquanto o diesel está em R$ 3,89. Essa é a média encontrada pela equipe do Jornal TN no município criciumense.
Estrutura mercadológica
O economista Henrique Tancredo explica que, como as pessoas precisam muito do combustível, os custos vão acarretar no aumento de preço. “Então o aumento no preço dos combustíveis afeta toda a estrutura econômica do país, uma vez que este recurso esta presente em todos os setores. Está presente como condição material para se produzir algo ou indiretamente através dos serviços de logística”, diz Tancredo.
Ele afirma que o aumento de preço generalizado em todos os setores é algo esperado, afetando negativamente o poder de compra. “É bem possível que o aumento dos bens de consumo seja nítido, uma vez que estão no final da estrutura de produção e que os produtos que estão para serem consumidos carregam vários serviços de logísticas”, explica Tancredo. Ele compara isso a um efeito cascata.
Explicação da Petrobras
A companhia explica que “até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”.
Os preços praticados nas refinarias da Petrobras são reajustados de acordo com a taxa de câmbio e a variação do preço internacional do petróleo, negociado em dólar. Desde janeiro, a Petrobras já reajustou três vezes o preço do diesel e quatro vezes o da gasolina.
Em 18 de janeiro, a estatal anunciou um aumento médio de R$ 0,15 para a gasolina e manteve o preço do diesel. No dia 26 do mesmo mês, um novo reajuste elevou o preço nas refinarias em R$ 0,10 para a gasolina e em R$ 0,09 para o diesel. Já em 8 de fevereiro, foi anunciado um aumento de R$ 0,17 para a gasolina e de R$ e de 0,13 para o diesel.
Com informações do site TNSul