Educação

Dia do professor: empatia e carinho são ferramentas essenciais para os profissionais da educação especial

Para exercer sua função com qualidade, eles empregam muito mais do que o conhecimento técnico que aprenderam durante sua formação profissional

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Empatia, amor, carinho e dedicação. Essas são algumas das ferramentas essenciais de trabalho dos professores que atuam na Educação Especial. Para exercer sua função com qualidade, eles empregam muito mais do que o conhecimento técnico que aprenderam durante sua formação profissional.

“Na nossa área, o envolvimento vai muito além da tradicional relação aluno-professor. Precisamos proporcionar as melhores condições para o desenvolvimento e o aprendizado de cada aluno, respeitando necessidades e limitações individuais, e sempre pensando em estimular habilidades e potencialidades de cada um. Neste Dia do Professor, só temos a agradecer a esse profissional, principalmente ao da educação especial, que é fundamental no processo de inclusão social e educacional das pessoas com deficiência”, destaca Janice Krasniak, presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE). Janice tem ormação em Pedagogia com habilitação em Educação Especial e vivencia a prática da profissão desde 1985, quando iniciou sua carreira como professora de crianças com deficiência auditiva e visual no município de Três Barras (SC).

Essa relação é vivenciada no dia a dia dos professores dos Centros de Atendimento da própria FCEE, em São José, na Grande Florianópolis. Pedro Mayworm é professor no Centro de Educação e Vivência, onde trabalha com educandos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista e destaca a importância do papel dos professores para qualificar o exercício do eu social dos educandos fora dos muros da fundação. “Temos que perceber e olhar para a nossa formação enquanto educadores, que, às vezes, só aquilo que a gente teve de conhecimento (formal) não é o bastante. A gente precisa, sim, estar sempre em movimento buscando novos conhecimentos, sempre se atualizando, e buscando novas formas de intervir”, afirma.

Paixão como motivação

Joice Mara Bittencourt, Luciana da Silva e Fabíola Spader também afirmam que não conseguem se imaginar fazendo outra coisa a não ser trabalhar com Educação Especial. Para elas, não existem pequenas vitórias. Cada conquista de cada um dos educandos é uma grande vitória. E isso as motiva.

A professora Joice trabalha de forma apaixonada há 26 anos com Educação Especial. Na FCEE, atualmente, atende os educandos da Pré-Qualificação em Gastronomia do Programa de Educação Profissional do Centro de Educação e Trabalho. Pessoas com Deficiência Intelectual e Autismo são preparadas durante um ano para ingressar no mercado de trabalho, nas mais diversas áreas. Após o período de treinamento veem qual trabalho é melhor para aquele educando de acordo com as habilidades dele, ajudando inclusive na elaboração de um currículo. “Ensinamos como se portar no mercado de trabalho, como se vestir, comer, questões de higiene, questões de uniforme e organização, por exemplo. Questões da vida mesmo, não só de trabalho, mas que vão servir para o dia a dia deles”, conta Joice.

A professora Luciana trabalha desde 1998 com Educação Especial e desde 2002 na FCEE. Ela explica que “o atendimento educacional especializado é um apoio pedagógico que complementa o trabalho na educação na rede regular de ensino”. “Somente um trabalho em conjunto pode fazer com que as crianças, os alunos com deficiência, com transtornos, possam se beneficiar do objetivo fundamental da escola, que é o aprendizado e o conhecimento”, afirma.

Identificando habilidades e competências

Engana-se quem pensa que pessoas com deficiência não podem ser atletas. Educandos como os da professora Fabíola, que trabalha com Educação Especial há 17 anos, todos da FCEE, são prova do contrário. Ela trabalha com alunos com maior comprometimento motor e cognitivo e também com educandos com paralisia cerebral e lesados medulares, que são os sete atletas da bocha paralímpica que treinam na FCEE.

O maior desafio dos professores de Educação Especial é identificar as capacidades funcionais e educacionais de cada aluno, ressalta Fabíola. “É preciso respeitar os diferentes tipos de aprendizagem, conhecer o aluno. Tem que saber focar nas competências e não nas dificuldades dele. As limitações devem ser reconhecidas, relacionadas e abordadas com os conhecimentos adequados para desempenhar o nosso trabalho”, complementa.

Outro desafio importante, citado pela professora Luciana, é o trabalho colaborativo, que é quando o professor da Educação Especial, o professor de sala de aula e a família trabalham juntos para que os objetivos sejam alcançados mais rapidamente, com maior eficiência. Ela afirma que somente trabalhando em conjunto é possível que os alunos se beneficiem.

Sobre a FCEE

A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) foi criada em 1968, sendo a primeira instituição pública estadual responsável pela definição e coordenação da política de educação especial no país. A Fundação é vinculada à Secretaria de Estado da Educação.

Em seu campus, a FCEE possui 10 Centros de Atendimento Especializado – espaços de estudos, discussões, atendimentos e pesquisas em suas respectivas áreas de atuação e mantém parceria com cerca de 250 instituições especializadas em educação especial.

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