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Desativação de termelétrica em Capivari coloca o Sul em alerta

Setores carbonífero e político movimentam-se em Brasília após empresa anunciar saída gradual.

Divulgação

A Engie, empresa administradora do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari do Sul, trabalha com a hipótese de retirada gradual das atividades até 2025, quando pretende desativar os sete geradores de energia que funcionam à base do carvão mineral produzido no Sul catarinense. A medida começa no ano que vem e gerou repercussão negativa do setor econômico e político da região.

Após reuniões entre forças políticas do Sul catarinense, o deputado Daniel Freitas (PSL), presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Carvão Mineral, propõe a prorrogação das atividades energéticas em Capivari até 2035.

Preocupação

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Luiz Zancan, 99% do carvão mineral produzido no Sul catarinense tem como destino o complexo termelétrico. Além disso, um estudo feito pela ABCM aponta que toda a cadeia produtiva – desde as usinas, carboníferas e ferrovia, até atividades paralelas – movimenta R$ 6 bilhões por ano, o equivalente a 30% da economia da região, segundo Freitas.

De acordo com Zancan, espera-se encontrar alguma alternativa em conjunto com a força política regional, “mas é difícil dizer qual é a solução nesse momento”, afirmou à reportagem.

Segundo a ABCM, a cadeia que tem o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda como coração gera mais de 5 mil empregos diretos – 2,8 mil nas carboníferas, 1,2 mil nas usinas do complexo, aproximadamente 500 na Ferrovia Tereza Cristina, cujo 97% do trânsito, de acordo com Zancan, é de carvão até as termelétricas, e mais de 700 na indústria de cimento, que utiliza as cinzas do carvão para produção. Somados os empregos indiretos, a avaliação é de mais de 21 mil vagas.

Ministério

Após reunião com o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, e os deputados federais Ricardo Guidi (PSD) e Geovana de Sá (PSDB), Daniel Freitas marcou para esta quarta-feira uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tratar sobre o tema.
O deputado também anunciou, por meio de vídeo, uma emenda já protolocada para ir a plenário, cuja intenção é estender a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um incentivo à produção de energia à base do carvão mineral, até 2035.

“Para que a gente possa ter prazo de cumprir com o passivo ambiental que deixou no passado, essa indústria precisa estar viva”, e também fazer a transição econômica

Alternativas

O Complexo Termelétrico Jorge Lacerda foi criado na década de 1960 pelo governo federal e privatizado em 1998 para a Engie – atualmente, a empresa trabalha na busca por energias renováveis em todo o mundo.

Por meio de nota, a Engie afirmou que trabalha em três hipóteses para o Complexo Termelétrico: a venda, o que não consegue desde 2017, reintegração pelo governo federal ou a desativação gradual até 2025, sendo dois geradores desligados já em 2021.

A energia termelétrica é usada no país como uma espécie de “seguro energético”, para o caso de período de secas em que não seja possível, por exemplo, a utilização das hidrelétricas.

Também é o principal destino do carvão mineral catarinense; segundo o presidente da ABCM, o país não se preparou para outras funções ao produto. “O setor carbonífero vem trabalhando há muitos anos para viabilizar o parque térmico aqui na região. Devido a uma política errática do governo federal em relação ao carvão, isso não aconteceu”, lamentou Zancan.

Com informações do site TNSul

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