Eles se comunicavam com criminosos e inventavam ocorrências para desviar viaturas, segundo MPSC. Os três estão presos desde terça.
A denúncia Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) detalha os crimes e ações irregulares dos quais os três policiais militares presos preventivamente na terça-feira (15) são suspeitos. Segundo o órgão, eles se comunicavam com criminosos e um deles chegou a inventar uma ocorrência para desviar a viatura da PM para outro lugar, como mostrou o NSC Notícias.
Foram presos um sargento que serve em Barra Velha e dois soldados do batalhão de Balneário Piçarras. Ambas as cidades ficam no Litoral Norte.
A advogada dos soldados André Luiz Mittelztatt e Osvaldo Osório Hainisch disse que vai aguardar a audiência sobre o caso, marcada para 28 de maio, para analisar se vai pedir revogação de prisão. Afirmou ainda que os documentos da denúncia não mostram nenhuma prova de crime contra os clientes e que as prisões foram baseadas apenas em depoimentos de criminosos.
O advogado do sargento Márcio Luiz Lopes informou no meio da semana que vai tentar revogar a prisão preventiva e demonstrar que há apenas indícios e não provas contra ele.
Denúncia
Os crimes ocorreram a partir de 2016, conforme a denúncia do MPSC. Um dos casos mais recentes ocorreu em novembro do ano passado. Segundo a investigação, na véspera do arrombamento de uma agência bancária no centro de Balneário Piçarras, dois criminosos entregaram ao soldado Mittelztatt um celular para que fossem avisados do momento em que a Polícia Militar estivesse indo em direção ao banco.
O documento diz que a data foi escolhida para coincidir com o dia de serviço do soldado. Nesse caso, os criminosos não conseguiram chegar ao dinheiro.
Mas em julho de 2017, o documento descreve uma ação em que os assaltantes tiveram sucesso. O grupo de ladrões arrombou uma empresa de transportes e levou uma carga de 140 caixas de sardinha. Os soldados Hainisch e Mittelztatt receberam R$ 2,3 mil, segundo a denúncia, para avisar os criminosos o momento para a fuga.
O MPSC também detalha crimes atribuídos ao sargento Lopes. De acordo com a investigação, em novembro do ano passado o policial estava de serviço no dia que um caixa eletrônico em Penha, Litoral Norte, foi explodido. Bem no momento do crime, o sargento inventou no sistema uma ocorrência do outro lado da cidade, fazendo a viatura se afastar.
No momento do furto, ainda de acordo com a denúncia, as câmeras de segurança dentro da Central de Despachos de Barra Velha mostraram o sargento Lopes aparentemente agitado e aflito, verificando constantemente o celular e o sistema de emergências.
O processo tem também uma série de documentos da Polícia Militar, já que foi dentro da corporação que a investigação começou. Ali é possível ver também apurações internas e suspeitas de outros crimes, como uso de informações privilegiadas da PM para atuação em esquemas de jogos de azar e uso de carro da polícia para escolta de malotes e segurança privada, isso no caso do soldado Hainisch.
O sargento Lopes está preso num batalhão da PM em Joinville, no Norte, e os dois soldados, em um quartel de Itajaí.
Com informações do G1 SC