Órgão instaurou dois procedimentos para apurar atuação do Conselho Tutelar no caso e licença de funcionamento da creche
A denúncia de maus-tratos em uma creche particular de Florianópolis resultou em desdobramentos no MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). O órgão instaurou dois procedimentos para apurar o caso, além de requerer abertura de um inquérito policial.
Na segunda-feira (4), a promotoria instaurou uma Notícia de Fato para analisar a representação. Em seguida, a 25ª Promotoria solicitou à Secretaria e ao Conselho Municipal de Educação providências administrativas quanto à fiscalização e licença para o funcionamento da creche.
Vídeos mostram possíveis agressões contra um bebê de 10 meses, além de gritos e outros maus-tratos. Mães relataram que seus filhos passaram fome, apanhavam e uma delas afirmou ainda que a filha teve hipotermia porque não foi agasalhada na escola.
Já para investigar o suposto crime praticado pela diretora da instituição contra as crianças, o inquérito policial foi aberto e, quando concluído, será encaminhado a uma das promotorias de Justiça criminais.
A atuação do Conselho Tutelar também está sendo investigada pela 9ª Promotoria de Justiça por meio de um procedimento administrativo.
Diretora nega denúncias
A diretora acusada de maus-tratos infantis na creche particular Bem-Me-Quer prestou depoimento no início da noite desta quinta-feira (7). O depoimento marca uma série de pessoas que estão sendo ouvidas pela Polícia Civil para investigação do caso.
De acordo com o delegado responsável, Luis Feliz Fuentes, a diretora negou todas as acusações. Ela respondeu todas as perguntas e esclareceu algumas situações, segundo Fuentes.
Ao ser questionado sobre a prisão preventiva da diretora, Fuentes indicou que ainda não é possível dar nenhum desfecho sobre o caso.
Relembre o caso
No início desta semana, supostas agressões foram denunciadas por mães dos ex-alunos da escola. Ao menos dez famílias dizem ter sido afetadas e estão compartilhando relatos em um grupo de apoio no WhatsApp. As supostas ações cometidas pela diretora da escola Bem-Me-Quer Desenvolvimento e Movimento foram relatadas por pais e denunciadas à polícia.
Uma mãe que pediu para não ser identificada relatou que a filha, além da fome, chegou em casa com a calça suja de urina. Já desfraldada (quando uma criança não usa mais fralda), a mãe desconfiou da ação. Ao questionar a filha, a criança contou que tinha ficado trancada em uma sala e tinha “gritado muito alto, mas ninguém abriu a porta”.
O relato foi confirmado pela antiga professora da escola que gravou as imagens para ter provas suficientes para denunciar as situações. De acordo com Jussara, esta professora relatou que sua filha teria ficado trancada pois começou a relatar aos pais os maus-tratos que sofria.
Com informações do ND+