A juíza da Vara Única da Comarca de Forquilhinha, Luciana Lampert Malgarin, agendou, para o dia 17 de abril, a audiência de instrução e julgamento do caso envolvendo uma dentista do município, que confessou ter assassinado o então namorado, Valcionir da Rosa, na época com 26 anos.
O homicídio ocorreu em dezembro de 2015, mas os restos mortais da vítima foram descobertos apenas em abril do ano passado, depois que a dentista confessou o crime e levou a Polícia Civil ao local onde o corpo havia sido enterrado.
A informação a respeito do agendamento da audiência é do advogado de defesa, Alessandro Damiani, uma vez que o caso tramita em segredo de justiça. Em abril, deverão ser ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, bem como inquirida a ré confessa e seu pai, também acusado.
A dentista foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio qualificado por motivo torpe e ocultação de cadáver. Já o pai dela, que ajudou a esconder o corpo, somente por ocultação de cadáver. Os dois seguem respondendo em liberdade, mas por conta do teor das acusações, o julgamento pode ir à júri popular.
De acordo com Damiani, a defesa sustenta a tese de legítima defesa.
Relembre o caso
Conforme o inquérito policial do caso, concluído em abril de 2017 pelo então delegado de Polícia Civil de Forquilhinha, Eduardo de Mendonça, a dentista era agredida por Valcionir, estava sendo ameaçada por ele e, por isso, planejou o crime, drogando-o antes de matá-lo. No relatório consta, ainda, que ela estaria se passando pela vítima desde a manhã do dia do crime.
A dentista confessou que, na noite em que ocorreu o assassinato, em dezembro de 2015, o casal estava brigando em seu apartamento e ela já havia sido agredida quando pegou uma faca e correu para o quarto. Ele a teria alcançado e, para se defender, ela o esfaqueou. O primeiro golpe pegou entre o pescoço e o peito e, depois disso, não é possível precisar quantas outras facadas foram desferidas.
Segundo a investigação, depois disso, a dentista buscou o pai em Balneário Arroio do Silva e ambos enrolaram Valcionir em um cobertor, o transportaram e enterraram em uma jazida de areia entre os municípios de Araranguá e Balneário Arroio do Silva. Na sequência, ela teria levado o pai embora, passado na casa da família de Valcionir para falar que ele havia supostamente sumido e depois ido para seu próprio apartamento.
Dentre as provas que a Polícia Civil tem sobre o caso, o delegado de Forquilhinha enumerou o fato de que Valcionir sumiu quando estava na casa da dentista; de ela ter se passado por ele e mandado mensagens para a família dizendo que havia ido embora para o Mato Grosso do Sul, por um número de celular desconhecido, até 15 dias depois do assassinato; e de o percurso feito pelo carro de Jaqueline na noite do ocorrido, rastreado por meio da antena de seu celular.
Com informações de Francine Ferreira / Forquilhinha Notícias