Alegações finais dos advogados de P.B., 69 anos, preso por crime sexual, devem ocorrer até próxima semana
Chega próximo do fim o episódio, policial e religioso, mais polêmico e de repercussão nacional dos últimos anos na região.
As alegações de defesa dos dois advogados do frei e antigo ex-pároco de Forquilhinha, P.B., 69 anos, estão em fase de conclusão.
Conforme matéria do Clicatrbibuna, o envio dos documentos que visam tentar a inocência do réu religioso deve ser remetido ao Fórum do município até semana que vem. O idoso completa quatro meses e três dias no cárcere nesta sexta-feira.
A análise do processo pelo magistrado, que vai resultar na condenação ou absolvição de P., só está pendente pelos documentos da defesa e o caso deve ser encerrado ainda neste mês.
Segundo o promotor, Gabriel Ricardo Zanon Meyer, a parte do Ministério Público já foi feita.
“O processo ainda não acabou devido o prazo que a defesa pediu para algumas documentações, contrariando a minha versão a qual tinha divulgado o limite de que até outubro o caso estaria encerrado. Isso acabou adiando o julgamento. A promotoria já tem as suas argumentações”, reforça Meyer.
Processo teve duas audiências
P. passou por duas audiências, em 21 e 28 de setembro.
Na primeira, que durou em torno de sete horas devido o alto número de testemunhas, que somaram mais de 20, ele não foi ouvido.
Na segunda, a oitiva do acusado já foi possível. As audiências exigiram um esquema diferenciado de segurança.
Ao contrário de outros presos, que chegam pela porta da frente do Fórum, o frei ingressou na unidade de Justiça, em um carro descaracterizado do Presídio Santa Augusta, e pela garagem, não havendo contatado nenhum com a parte externa. A medida diferenciada foi solicitada à unidade prisional, pelo próprio Fórum.
Segundo pedido de habeas corpus
De acordo com um dos defensores de P., o advogado Rodolfo Backs, um pedido de habeas corpus segue tramitando em Brasília para análise de ministros.
“Já foi pedido um e negado por 2 votos a 1, dos desembargadores do Tribunal de Justiça. Estamos em fase de produção de toda documentação que possa dar o entendimento de inocência do frei ao magistrado”, completa.
Defesa não está confiante
Apesar de toda mobilização da defesa e crença de que o acusado será absolvido, o advogado tem suas opiniões contraditórias. Uma delas é de que “a própria documentação não tem elementos suficientes que levem a absolvição”, diz.
“Neste tempo ele teve acesso a mais de 400 pessoas, porque teria envolvimento com apenas duas delas. Uma das nossas alegações é de que não houve estupro, já que não teve um contato direto. Se ele fosse considerado com algum tipo de transtorno, teria feito algo mais grave, não apenas contato manual, e ainda, por cima da roupa”, detalha.
Caso haja a condenação, Backs foi indagado sobre qual à medida que a defesa irá tomar em relação à condição carcerária do frei.
“Aqui na região nenhuma unidade a meu ver apresenta local adequado para cumprimento da pena no caso do frei. O Presídio Santa Augusta toma todas as medidas necessárias que atendem a dignidade dele, mas não é o que queremos. Estamos na expectativa e preparados para todos os recursos”, conclui.
O pároco segue recluso em uma cela adaptada na triagem e passa a maior parte do tempo lendo.