Ações preventivas serão colocadas em prática nos próximos dias
A previsão preocupante em relação às consequências do El Niño para Santa Catarina colocou a Defesa Civil de Cocal do Sul em alerta. Pela primeira vez em quase 20 anos, o estado volta a ter seu clima afetado pelo fenômeno de forte intensidade.
As previsões climáticas apontam para um novembro com mais efeitos provocados pelo El Niño, com chuvas de maior intensidade e a possibilidade de enchentes. Com base no histórico de desastres climáticos recorrentes, o Governo Municipal e a Defesa Civil preparam uma série de ações preventivas para que o município não venha a sofrer com os impactos do fenômeno.
Nesta semana, um encontro reuniu o prefeito Ademir Magagnin, a vice-prefeita, Cirlene Gonçalves Scarpato, coordenador da Defesa Civil, Geraldo Echile e secretários para discutir sobre a situação e definir ações de prevenção. Algumas medidas já começam a ser colocadas em prática nas próximas semanas.
“Nossa intenção é prevenir. Sabemos do problema que vivemos na enchente de 2010 e não queremos que a história se repita, por isso será uma prioridade o trabalho intenso nos rios do município”, destacou o prefeito.
“A primeira ação será uma vistoria geral no Rio Tigre para ver a necessidade de desassoreamento e limpeza. Outro trabalho importante será de conscientizar a população para que não jogue lixo em rios, terrenos baldios e locais públicos. Um mutirão de limpeza de bocas de lobo, entulho, podas de árvore também estará na programação”, explica Echeli.
Saiba mais sobre as previsões do El Niño
De acordo meteorologista Alice Marlene Grimm, em reportagem publicada recentemente pelo Diário Catarinense, Santa Catarina registra uma média de 6,3 eventos extremos por mês na média dos anos com El Niño. O monitoramento previu um El Niño de forte atuação em julho, o que causou aumento de chuvas no Oeste do Estado. A expectativa é que permaneça forte na primavera, diminua a intensidade em janeiro de 2016 e volte com força em maio e julho do ano que vem, se ainda estiver em atividade.
Conforme relatórios da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, do Departamento de Comércio Americano – NOAA, há 90% de chance que o El Niño continue afetando o clima em novembro e 85% de probabilidade que o fenômeno manterá seus efeitos até o início da primavera de 2016.
A última vez que este evento ocorreu com intensidade forte foi entre 1997 e 1998, quando Santa Catarina registrou 45 dias de chuva nos meses da primavera. Mas, como as ocorrências foram bem distribuídas, não houve fatos traumáticos nas cidades catarinenses. Situação inversa aconteceu com o El Niño que atuou no início da década de 1980.
Em julho de 1983, as chuvas deixaram 197.790 desabrigados e 49 mortos em 90 cidades do Estado. Quase todas as regiões foram afetadas, mas as populações de Blumenau, Itajaí e Rio do Sul foram as mais prejudicadas.
Desastres relacionados ao fenômeno em SC
Em julho de 1983
As chuvas deixaram 197.790 desabrigados e 49 mortos em 90 municípios. Blumenau, Itajaí e Rio do Sul foram as mais atingidas, num dos desastres mais traumáticos .
Em maio de 1992
Ocorreram inundações em 77 cidades das regiões Oeste, Norte e Vale do Itajaí. Foram 16 mortes e 145 mil desabrigados em todo o Estado.
Em fevereiro de 1995
O rio Cubatão, em Joinville, no Norte do Estado, transbordou e vários bairros ficaram alagados. O fato alterou o cotidiano de pelo menos 70 mil pessoas.
Em setembro de 2009
Um tornado atingiu o Oeste de Santa Catarina. Na ocasião, os ventos chegaram a ultrapassar a marca dos 120 km/h. Quatro pessoas morreram e 1,1 mil perderam suas residências.
Colaboração: Maria Luiza Da Rolt / Comunicação Prefeitura de Cocal do Sul
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