Todo usuário precisa ter comprometimento com o que escreve, tanto com o conteúdo quanto com as normas gramaticais.
Nunca se usou tanto Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn como no momento atual. A internet tornou-se uma grande companheira em nível mundial, e nosso perfil nas redes sociais, mais do que nunca, é o nosso cartão de visitas, pois com tempo disponível todo mundo fica de olho na vida do outro, e deslizes expõe-nos ao ridículo, inclusive podendo influenciar negativamente na vida profissional.
Todo usuário precisa ter comprometimento com o que escreve, tanto com o conteúdo quanto com as normas gramaticais. E como já falamos aqui neste espaço: um bom dicionário e uma boa gramática devem estar sempre ao alcance no momento da escrita, pois as redes sociais não são nossa única fonte de conhecimento, aliás, muitas vezes é um desensino.
Hoje resolvi fazer um pouco a minha parte como professora e elencarei alguns erros gramaticais que encontramos diariamente, lembrando que meu objetivo é apenas auxiliar e evitar a exposição ao ridículo, pois muitas vezes erramos por desconhecimento.
O emprego do verbo “haver” coloca os desatentos em maus lençóis diariamente. Quem nunca teve dúvida se usa “nada haver” ou “nada a ver” quando quer determinar a incoerência entre dois objetos, dois assuntos, duas situações diferentes? Lembre-se: o verbo “haver” no sentido de existir, nada tem “a ver” com a forma que vem sendo usado. Exemplificando: “Deve haver preocupação com o uso correto da língua, pois o idioma não tem nada “a ver” com nossa displicência ao escrever”. Entendeu?
Mas, não é apenas nessa situação que o tal verbo complica a vida da gente. Mais gritante ainda é a dúvida “houve” ou “houveram”? O verbo “haver” quando empregado no sentido de existir ou indicando tempo decorrido, é impessoal, portanto, não tem sujeito e é sempre usado no singular. Quem nunca ouviu frase como esta: “Houveram muitas mortes de Covid-19 na China, mas “haverão” muito mais em outros países” (Deus queira que não”!). Além da triste constatação, é um assassinado da língua portuguesa.
Mais uma cilada do verbo “haver” (o bichinho é danado mesmo). Usa-se “Há alguns anos atrás” ou “Alguns anos atrás”? Neste caso o verbo “haver” está indicando tempo decorrido (Faz alguns anos) e não admite o uso do advérbio “atrás”. Então escreve-se: “Há alguns anos” ou “Alguns anos atrás”.
É bom lembrar também “há” ou “a” como expressão de tempo. “Há” indica passado e “A” indica futuro ou distância: “Cheguei há alguns minutos, mas partirei daqui a pouco”.
Existem muitos erros, mas alguns em especial são inadmissíveis e chegam a “doer na alma”. “Com certeza” você que está lendo este conteúdo tem os devidos cuidados ao escrever. Espero que nunca se atreva a usar o tal “concerteza”, pois ele não existe, da mesma forma como “derrepente” é inadmissível. Fuja do “menas”, por favor. “Onde” indica permanência, algo estático: “Onde você mora”; “aonde” indica movimento: “Aonde você vai”? Não menos complicado: “mais”, contrário de menos, “mas”, uma contraposição de ideias e “más “plural de má. Perceba a diferença: “Estudar português é difícil, mas necessário, pois quanto mais você aprende, menos chances as más línguas têm para falar de você”.
Espero ter contribuído. Informar é um compromisso!