Cristiani Vavassori passará a responder pela direção-administrativa da Fundação Hospitalar Santa Otília – FHSO, de Orleans. A nomeação é temporária, pelos próximos três meses. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (3), em entrevista coletiva. Durante este período, a profissional deixará a função de enfermeira-chefe, exercida até então.
O prefeito de Orleans, Jorge Koch, o diretor-presidente da FHSO, Mário José Antônio Salvador, representante do Lions Clube, e o diretor técnico da FHSO, doutor Marcelo Cardoso, participaram do encontro. Cristiani substituirá o então diretor-administrativo, Fidelis Eyng, que atuava no cargo desde abril do último ano.
Cristiani Vavassori tem 32 anos e atua desde 2001 na Fundação Hospitalar Santa Otília, exercendo a função de enfermagem desde 2013. Ela cursou Técnico em Enfermagem, com formação em 2003, graduação em Enfermagem, com conclusão em 2008, e cursa pós-graduação em Gestão em Saúde, com previsão de término em julho. Em seguida, emendará pós-graduação em Gestão Hospitalar, com previsão de início para julho.
Jorge Koch explicou o motivo da mudança. “Nunca houve um administrador hospitalar fixo. Eles são escolhidos conforme a diretoria que assume. Com isso, não há uma sequência. Sofremos com a falta de um administrador que continue quando a presidência deixa a gestão. Nos últimos dias, o salário de R$ 10 mil pago a ele deu o que falar, e ele optou por pedir demissão. Ele fez a parte dele e fez bem. A decisão se deu por uma questão emocional e de saúde”, ressaltou o chefe do Executivo.
“A partir de agora, temos a obrigação de procurar um administrador hospitalar ou, até mesmo, uma organização social para que possa assumir o hospital, da mesma forma que acontece em Nova Veneza, Jaguaruna, Araranguá e Criciúma”, afirmou. “A Cris sabe da dificuldade enfrentada e tem sentimento pelos funcionários que trabalham aqui, que já sofreram com muitas idas e vindas. Ela dará a estabilidade emocional que os profissionais estão precisando. Vamos manter a confiança do servidor para que possam trabalhar melhor. A certeza que podemos dar é que os salários serão pagos em dia”, emendou.
Na oportunidade, também foi autorizada a contratação de duas enfermeiras e duas técnicas em enfermagem.
Maternidade da FHSO será descredenciada a partir de outubro
O atendimento da maternidade será descredenciado na FHSO a partir de outubro, que passará a ocorrer no Hospital Materno Infantil Santa Catarina, de Criciúma. “O hospital é referência de atendimento de gestantes, parturientes, UTI neonatal. Então, a região da Amrec será pactuada para lá. Atualmente, Prefeitura de Orleans repassa R$ 67 mil ao mês para atender em média nove partos ao mês na Fundação Hospitalar Santa Otília. Não faz sentido, é chover no molhado. O recurso público será mais bem aplicado com a pactuação. O pré-natal continuará sendo feito nos postinhos de Orleans, normalmente”.
Em média, 67 pessoas passam pelo pronto-atendimento diariamente
Na ocasião, o prefeito divulgou ainda que, até o fim de abril, 8.056 pessoas foram atendidas no pronto-atendimento da Fundação Hospitalar Santa Otília.
Tendo em vista que Orleans tem aproximadamente 23 mil habitantes, o número é equivalente a um terço da população. A média mensal é de 2.014 consultas. Isso significa que são aproximadamente 67 pacientes ao dia.
“É um número muito alto, tendo em vista que contamos com sete unidades de saúdes e todas elas possuem médico. Destas, 1.098 chegaram a ficar em observação após passar pela consulta e apenas 3.400 receberam classificação de risco. Ou seja, apenas estas deveriam ser atendidas na emergência e urgência. As demais são ambulatoriais, pessoas que poderiam ter procurado os postos de saúde”, observou.
Por isso, ele destaca que a compreensão da população é essencial. “Não temos condições de arcar com mais médicos para atender toda essa demanda. Então quem está na fila e não for urgência e emergência tem que ter paciência e aguardar, pois estes casos é que serão preferência”, solicitou.
Atendimentos ao mês
Janeiro: 1.787
Fevereiro: 1.686
Março: 2.153
Abril: 2.430
Recursos e nova especialidade à vista
O valor de aproximadamente R$ 400 mil, que seria destinado para construção da maternidade, será convertido para custeio. A confirmação se deu durante reunião em Florianópolis, com o secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, e o gerente Regional de Saúde da ADR de Criciúma, Fernando de Fáveri. Dessa forma, serão transferidas seis parcelas no valor de R$ 66 mil, a partir de junho.
“A reforma da maternidade foi um sonho durante quatro anos, mas não será mais”, anunciou. “Por determinação feita na reunião de ontem, nós vamos vocacionar a fundação hospitalar de Orleans para uma especialidade, que será a cirurgia vascular”, adiantou. Além disso, na próxima segunda-feira (7), os vereadores deverão apreciar a transferência do valor de mais R$ 100 mil, proveniente de emenda parlamentar.