Com 100% de resolução dos casos, trabalho investigativo figura entre os melhores do Estado.
O município de Criciúma registra oito homicídios em 2020. Destes, todos foram elucidados pela Polícia Civil, através da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil, que conta com uma equipe especializada nem ocorrências dessa natureza: a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No município criciumense, o responsável pela DHPP é o delegado André Milanese, que destaca o comprometimento da equipe como fator fundamental no trabalho investigativo.
“O grande índice de resolução dos homicídios de Criciúma se deve à existência de uma subdivisão da DIC exclusiva para atuar sobre os crimes dessa natureza, assim como lesões corporais graves, tentativa de homicídios e outros que envolvam diretamente a pessoa”, declara André Milanese, responsável pela DHPP.
Além disso, o delegado ressalta a proatividade da equipe, que realiza diligências (investigações) no local dos fatos e toma os depoimentos o quanto antes. Ele também explica que as provas devem ser colhidas o mais rápido possível, porque em caso de muita demora, as informações acabam se perdendo.
“O outro ponto é a confiança que a população tem na Polícia Civil de passar as informações. Muitos desses crimes envolvem tráfico de drogas, facções criminosas e as pessoas têm muito medo de falar, mas confiam no sigilo da equipe”, destaca Milanese.
Dessa forma, de acordo com o delegado, a informação chega até a equipe, que consegue reunir as provas e levar ao Poder Judiciário, através do Ministério Público e convertendo as informações em prisões dos acusados.
“Dos oito homicídios praticados na cidade, todos foram esclarecidos e todos os envolvidos foram presos ou apreendidos (no caso de autores adolescentes)”, enaltece Milanese.
Ele conta que isso também se deve ao trabalho da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Criciúma, que através do juiz responsável, emite os mandados de internação aos menores infratores.
“Nos anos anteriores, os adolescentes ficavam soltos e com a sensação de impunidade, pois cometiam homicídios e sabiam que, por serem menores, nunca eram internados. Mas agora isso mudou”, lembra Milanese.
Segundo ele, é preciso fazer com que tanto os menores como os adultos sintam o peso do ato que cometeram, fazendo com que a ação de criminosos seja coibida. O delegado também destacou o trabalho da PM, que realiza diariamente o trabalho ostensivo de repressão ao crime, assim como o trabalho do Instituto Geral de Perícias, que realiza perícias criminais e emite laudos técnicos.
“Muitas dessas provas são resultado de laudos e pericias de balística e outros tipos de pericias de local de crime que são muito importantes para a resolução desses crimes de homicídio”, conclui Milanese.
Entre as melhores do país
Pelo terceiro ano consecutivo, a Polícia Civil do Estado é destaque nacional no ranking de índice de esclarecimento de homicídios na pesquisa “Onde Mora a Impunidade”, do Instituto Sou da Paz. Os números divulgados nessa semana mostram que a Polícia Civil de Santa Catarina está entre as três melhores do país quando o assunto é resolução de crimes contra a vida.
A pesquisa realizada nos 26 Estados e no Distrito Federal contempla os homicídios que ocorreram em 2017 e foram esclarecidos até 2018. Somente metade dos Estados informaram os dados com precisão, e Santa Catarina é um deles.
Além de enviar os dados com precisão, Santa Catarina dispara entre os três melhores, perde apenas para o Distrito Federal que tem uma taxa de resolutividade entre 79% e 92%, seguida do Mato Grosso do Sul, que elucidou 67% dos homicídios.
Como os dados são de 2017, Santa Catarina aponta com 63% e fica na posição de terceiro melhor Estado do país, porém, hoje a taxa é de 73,3% (2019), o que elevaria SC para o segundo lugar.
Agora, em 2020, apenas nos primeiros seis meses do ano, a taxa de resolutividade dos homicídios da Polícia Civil já estava em 54% o que indica que o Estado atingirá novamente uma das melhores taxas do país ao término do ano.
“Esses números só comprovam a eficácia do trabalho investigativo da Polícia Civil na elucidação da autoria dos homicídios ocorridos no Estado”, avalia o presidente do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial e Delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Koerich.
Com informações do site TNSul