Educação

Crianças aprendem a organizar finanças em projeto de extensão da Unesc

Ação ocorre no Território Paulo Freire

Em uma sociedade tão consumista, ensinar crianças a poupar dinheiro não é uma tarefa fácil. Com intuito de instruir os pequenos do Território Paulo Freire, o projeto de extensão da Unesc Finanças Pessoais, atende crianças das escolas inseridas na Grande Santa Luzia. Os alunos da Escola Carlos Wecki participaram da ação e aprenderam sobre poupança, poder de compra do dinheiro e a diferença de desejo e necessidade quando o assunto é economizar. 

Utilizando um chocolate que tem como brinde brinquedos, os bolsistas Claudio Henrique Tancredo e Max Richard Coelho Verginio fizeram uma análise junto com as crianças sobre o que era mais importante, comprar o chocolate ou um alimento essencial como o leite. Por meio do bate-papo, os estudantes chegaram à conclusão que podem ajudar a família em casa, apoiando os pais nas decisões certas de compra.

“É necessário que eles entendam, antes de qualquer coisa, o que é mais importante em gastar dinheiro. Quando perguntamos se eles preferem o chocolate com brindes ao leite, eles respondem que o leite vem em primeiro lugar. Dentro dessa analogia, usando exemplos palpáveis, é possível criar uma consciência financeira nas crianças”, comentou Tancredo.  

O pequeno Ezequiel Veleda, de nove anos, contou que costuma guardar moedas em casa, mas que depois da aula vai querer guardar no banco. “Nós aprendemos que se guardamos o dinheiro no banco ele gera juros, o que é muito legal. Vou falar com os meus pais que o cofrinho não é tão seguro e não gera dinheiro a mais”, explicou. 

Para a professora da turma, Claudia Regina dos Santos, após os encontros com os bolsistas, os alunos ficaram mais interessados no assunto. “Esse era um tema que estava programado pra trabalhar com eles esse ano. O que mais ficou na cabeça deles é que eles podem ajudar na economia da renda familiar, optando pelo essencial ao invés dos produtos que podem ser dispensados”, relatou. 

Finanças Pessoais

A falta de planejamento financeiro familiar é um dos problemas que tem afetado gravemente as famílias brasileiras. Segundo a coordenadora do projeto, Jucélia da Silva Abel, pesquisas realizadas em fevereiro de 2015 mostram que o percentual de famílias muito endividadas atingiu 13,0% e as “mais ou menos” endividadas 24,1%.

“Muitas pessoas não sabem sequer calcular juros simples, que são fundamentais para a utilização de cartões de crédito. É preciso levar este conhecimento para toda a população, iniciando pelas crianças, para que essa cultura seja modificada”, comentou Jucélia.

A professora afirma ainda que é visível a curiosidade dos pequenos no assunto. “Com os filhos perguntando quanto é a renda geral familiar e gerando a ideia de guardar algum dinheiro, os pais começam, consequentemente, a pensar mais no assunto e fazer pesquisas de preço. Desta forma, eles acostumam a regular o dinheiro adequadamente e passam a manter um bom relacionamento com o bolso no futuro”, explicou Jucélia. 

Colaboração: Comunicação Unesc

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