Em Criciúma, primeira cidade do estado a aderir ao programa, foram mais de 4,5 mil atendimentos só em 2019.
Acesso à saúde é um direito de todos e, por isso existe o Consultório na Rua, projeto do Ministério da Saúde criado com o objetivo de dar assistência médica, psicológica e social às pessoas em situação de rua. Em Criciúma, primeira cidade do estado a aderir ao programa, foram mais de 4,5 mil atendimentos só em 2019. Além disso, os profissionais têm o cuidado de respeitar o desejo dos pacientes, deixando-os livres para aceitar ou não as ofertas e tratamentos de saúde. Isso ajuda a criar laços de confiança e vínculo com eles, fortalecendo o cuidado em saúde por meio de um acompanhamento integral.
“Nós vamos aos territórios vulneráveis, que são praças, parques, prédios abandonados e ofertamos serviços de saúde, desde agendamentos para atendimento médico e atendimento odontológico, como acompanhamento dos usuários aos equipamentos de urgência e emergência. São usuários que sentem dificuldades e por vezes não acessam as unidades de saúde, mas como todo mundo sentem dor, apresentam questões de saúde e necessitam de olhar e cuidado”, salienta o assistente social do Consultório na Rua, Cássio Tondolo.
A equipe é formada por profissionais de enfermagem, psicologia, serviço social e redutores de danos. Eles se deslocam diariamente pela cidade em busca da população de rua e encaminham para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “As vezes a saúde mental interfere muito para aquele morador estar em situação de rua. Quando a pessoa tem transtorno mental é diferente, porque ela não está em sã consciência para tomar a decisão de estar ali”, explica a psicóloga do Consultório na Rua, Jéssica Gomes May.
Dependência química
Aproximadamente 80% da população atendida pelo projeto são usuárias de álcool ou outras drogas. Em casos como este, as pessoas são encaminhadas para Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Outros locais de encaminhamento são o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) e Programa de Atenção Municipal às DST/HIV/AIDS (Pamdha).
Os redutores de danos ofertam insumos de redução de danos, como barras de cereal e achocolatados para diminuir o efeito das substâncias utilizadas, além de protetores labiais e preservativos para reduzir ou amenizar o acesso de outras doenças, como ISTs e tuberculose. “Dentro desse processo de construir saúde é importante ofertarmos um cuidado em relação ao álcool e outras drogas, afinal trata-se de uma doença, que por vezes inclusive, faz com que eles busquem a rua como refúgio para fazer o uso da substância”, enfatiza Tondolo.
Colaboração: Comunicação Prefeitura de Criciúma