Moradores querem ter acesso aos dois lados da rodovia e prometem fechá-la em protesto caso não sejam escutados
A comunidade de Santa Luzia, em Urussanga, elaborou um abaixo-assinado com aproximadamente 250 assinaturas e levou até o vereador José Carlos José (PP) para reivindicar a inclusão de um retorno na SC-108, no trecho da comunidade, que segundo os moradores, não está previsto no projeto inicial da obra. “Não foi previsto nenhum retorno para o bairro. Para ir em Cocal, futuramente, quando for duplicado, tenho que ir até em Urussanga (para voltar para Cocal). Nosso trajeto vai aumentar consideravelmente. Ambos os lados vão ficar isolados”, fala Cinara Beterli, proprietária de uma loja às margens da rodovia. Se não forem atendidos, os moradores terão que acessar a SC-108, e se quiserem ir até Criciúma ou Cocal do Sul, o único retorno possível será somente no Centro de Urussanga, seis quilômetros para dentro da cidade.
Os moradores também querem ter acesso aos dois lados da via e temem pela segurança dos pedestres que irão fazer a travessia pelo local, já que na obra estão previstas muretas no meio da rodovia que dividem os sentidos de tráfego. Não há a construção de passarelas previstas no atual projeto da obra. Por ser uma área agrícola e com produtores rurais, máquinas passam de um lado ao outro pela estrada, o que com a obra não será praticável.
O projeto da obra e o serviço de execução foram divididos em duas licitações: a Setep Construções é a executora e a Consultoria Iguatemi desenvolveu o projeto. São R$ 224,4 milhões destinados aos trabalhos, podendo ter alterações com as inclusões de novos retornos. “Não temos ainda os reflexos financeiros para essas alterações”, afirma Augusto Cesar Sonego, coordenador regional Sul da Secretaria de Infraestrutura do Estado de Santa Catarina. De acordo com Sonego, as solicitações serão ouvidas. “Estamos estudando caso a caso para resolvermos todos os problemas. Todas as comunidades serão atendidas”, confirma. O prazo de entrega da obra é de 900 dias. Os serviços começaram em setembro.
Abaixo-assinado
No documento, as assinaturas concordaram com o pedido de implantação de um retorno na SC-108, no trecho que passa pela comunidade de Santa Luzia. O documento ainda descreve que se não for possível realizar o retorno, que pelo menos seja implantado um trevo ou uma passagem de nível inferior, ou seja, abaixo da rodovia. Os envolvidos defendem a obra e acreditam que traz progresso para os municípios. “Não somos contra. É muito bem-vinda, porém o projeto foi feito sem estudar bem a região. Não é um problema só nosso. Cocal do Sul é pior ainda”, pontua Cinara Beterli, proprietária da loja às margens da rodovia.
Na última terça-feira, a comunidade participou de uma sessão na Câmara de Vereadores de Urussanga. “A gente já fez o abaixo-assinado para comunicar a Setep para que entre em contato com o Governo do Estado. Nós, meros cidadãos, não conseguimos falar com o Estado, mas através dos vereadores, deputados, já estão conscientes do problema”. A empresa executora já sabe do problema. “A Setep em si já está consciente de que vai precisar mudar. É inviável a duplicação hoje para a gente, além de que o bairro vai ficar isolado”, detalha Cinara.
Com informações do TNSul