Três laboratórios foram selecionados no país por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI. Entre eles, está o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos - CIEnP, em Florianópolis
Para realizar testes sobre a eficácia e a segurança da fosfoetanolamina sintética no combate ao câncer, três laboratórios foram selecionados no país por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI. Entre eles, está o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos – CIEnP, construído em Florianópolis com apoio do governo do estado.
Os testes em laboratórios são um passo importante para a regulamentação do produto, que ainda não pode ser comercializado. A iniciativa coloca Florianópolis, já conhecido polo tecnológico, em posição de destaque na área de inovação e de pesquisas farmacêuticas.
O laboratório catarinense terá a missão de fazer testes em animais com câncer. O trabalho começou este mês e tem duração prevista para até dois anos, mas os primeiros resultados devem ser informados ao ministério em julho deste ano, afirma o diretor do CIEnP, pesquisador João Batista Calixto, professor aposentado de farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina – Ufsc. “Nosso principal objetivo é verificar a segurança”, destaca Calixto.
Além do CIEnP, os outros dois selecionados foram: o Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas – LassBio do Rio de Janeiro, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; e o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos – NPDM de Fortaleza, ligado à Universidade Federal do Ceará – UFC.
Neste último, em uma etapa mais avançada, devem ser realizados também testes com seres humanos.
A fosfoetanolamina
De acordo com o site Notisul, a fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida pela equipe do pesquisador Gilberto Chierice no Instituto de Química de São Carlos – IQSC da Universidade de São Paulo – USP. Já aposentado, ele e outros profissionais da área, em diferentes localidades do país, chegaram a distribuir gratuitamente o medicamento. Mas o produto ainda não tem registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o que tem gerado discussões judiciais. Em caso de resultados positivos nos testes encomendados pelo MCIT, o Ministério da Saúde e a Anvisa determinarão as diretrizes para a produção e distribuição regularizada do produto como medicamento.