Secretário de Estado da saúde confirmou abertura de novos leitos, reforçou a necessidade de reconquistar a confiança dos catarinenses na vacinação e aumentar a cobertura vacinal infantil
O governo de Santa Catarina prometeu, nesta terça-feira (26), a ativação de 48 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) até o dia 3 de agosto. Além disso, o estado segue com a ocupação acima dos 90%.
A confirmação foi realizada pelo secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto, durante sessão especial na Alesc (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina), que os leitos serão instalados em sete hospitais. (veja a lista no fim do texto).
Na ocasião, o responsável pela pasta foi convocado para esclarecer as dúvidas dos deputados sobre a gestão da saúde em Santa Catarina e as medidas para frear a lotação do sistema público.
De acordo com o painel de leitos de UTI SUS, atualizado na manhã desta terça, o estado tem 94,72% de ocupação das 1.099 unidades e apenas 58 livres para novos atendimentos.
Analisando apenas os leitos neonatais, apenas cinco estão disponíveis, sendo que 190 já estão ocupados. Assim como 11 seguem livres para atendimento de crianças e 90,6% das unidades pediátricas já estão com pacientes.
A rede pública de saúde conta também com 94,66% de ocupação das unidades voltadas para os adultos e apenas 42 estão livres.
Atenção na cobertura vacinal
O secretário Aldo Baptista Neto apontou que, além do aumento no número de leitos, uma das maneiras de diminuir a pressão no sistema de saúde é a ampliação do pronto-atendimento nos municípios e o reforço da vacinação.
“Nós estamos atuando de maneira irredutível junto aos municípios, para melhorar a atenção primária e a proteção das nossas crianças que estão retornando ao convívio social mais intenso, depois de dois anos de pandemia e sem a devida imunização”, disse o secretário.
Após o fim da sessão na Alesc, o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, afirmou que o estado acompanha a situação das baixas coberturas vacinais.
“Não só como a influenza, mas a falta de outras vacinas estão colocando nossa população infantil em risco. Nós estamos desenvolvendo uma estratégia para fortalecimento das ações de resgate e da confiança da população na vacinação passando por uma ampla ação em conjunto com os municípios”, disse o superintendente.
Ainda de acordo com Eduardo Macário, a pasta tem uma reunião marcada para quinta-feira (28) com as secretarias municipais de saúde com o objetivo de elaborar um plano de ação “em diversos eixos”.
“Entre eles, podemos considerar que, durante a campanha de multivacinação e de vacinação contra a poliomielite, que se inicia em 8 de agosto e vai até 9 de setembro, vamos pactuar que todos sábado sejam dia de vacina. Ou seja, os postos deverão ficar abertos para que todas as crianças e adolescentes até 15 anos possam atualizar a sua situação vacinal”, esclarece o secretário.
Entre outras ações, o superintendente explica que não será necessária a apresentação do comprovante de residência para a vacinação de crianças com o objetivo de “atingir também as pessoas que estão em outros municípios”.
“Ainda teremos cerca de 30 dias de inverno rigoroso com altas taxas de transmissão de doenças respiratórias como a Covid-19, Influenza e o vírus sincicial respiratório”, alerta Eduardo Macário para a necessidade dos cuidados como o uso de álcool em gel e manter os ambientes arejados.
O superintendente alega a necessidade de ampliação da proteção vacinal de crianças, especialmente entre seis meses e cinco anos de idade, deve diminuir a carga no sistema de saúde.
“A mensagem será colocar a carteirinha de vacinação das crianças em dia. Isso vai gerar um impacto na redução das doenças respiratórias, que muitas são de etiologia viral e são passíveis de proteção vacinal”, complementa Eduardo Macário.
Hospitais que receberão leitos de UTI
Durante a sessão na Alesc, o secretário Aldo Baptista Neto confirmou o planejamento de ativar 48 leitos até o dia 3 de agosto. Mais tarde, a SES informou as “aberturas previstas para as próximas semanas” nas seguintes unidades.
- Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, 10 intermediários pediátricos e 6 leitos de enfermaria;
- Hospital Azambuja, em Brusque, com 2 UTI pediátricos;
- Hospital e Maternidade Carmela Dutra, Florianópolis, 3 leitos intermediários canguru;
- Hospital Oase, Timbó, com 10 de UTI neonatal;
- Hospital Materno Infantil Santa Catarina, em Criciúma, com 2 de UTI neonatal;
- Hospital Regional de Araranguá, com 5 de UTI neonatal;
- Hospital Regional de São José, São José, com 10 de UTI neonatal.
Com informações do ND+