Saúde

Com salários atrasados, funcionários podem paralisar atividades em hospital de Braço do Norte.

Direção do Hospital Santa Terezinha cobra recursos atrasados dos seus maiores devedores para regularizar a situação: cidade de Grão Pará e Governo do Estado.

Foto: Divulgação

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Com déficit mensal de R$ 112 mil, o Hospital Santa Terezinha de Braço do Norte iniciou a semana priorizando o atendimento de urgências e emergências no Pronto Socorro da entidade. O movimento de pessoas a serem atendidas caiu cerca de 60%, se comparado com dias normais. A medida foi tomada pela direção da entidade com o intuito de economizar.

Em contrapartida, a crise financeira no hospital continua delicada. Nesta quarta-feira (25), parte dos 128 trabalhadores decidem em assembleia se paralisam as atividades em função do atraso no pagamento de salários referente ao mês dezembro, que seriam pagos há duas semanas. “Não temos previsão para pagamento. O 13º já foi repassado com dinheiro oriundo de financiamento. Aguardamos o repasse de valores atrasados oriundos de convênios do Governo do Estado e de Grão Pará. Com os recursos, poderemos regularizar a situação financeira dos trabalhadores e médicos”, destaca o gerente administrativo da entidade Edvan Della Giustina.

Segundo a direção, a prefeitura de Grão Pará deve ao hospital cerca de R$230 mil. A dívida é oriunda de convênio firmado para o atendimento dos munícipes no Pronto Socorro, custeio do sobreaviso de médicos, exames e procedimentos. “Reconhecemos a dívida, passamos a situação financeira a direção do hospital e ficamos de retomar uma nova conversa. Quando o prefeito retornar de viagem, vamos sentar e resolver esta situação. Também estaremos estudando o novo reajuste proposto por eles para manter o serviço. A intenção é manter em dia e abater a dívida conforme a disponibilidade financeira da prefeitura”, afirma o secretário de saúde de Grão Pará, Ricardo Ascari.

Do lado do Governo do Estado, o montante é menor. Segundo o hospital, a dívida é de aproximadamente R$ 124 mil de cirurgias eletivas realizadas e não pagas desde o ano passado. “O Governo do Estado afirmou que estará programando o pagamento, mas sem previsão”, ressalta Della Giustina. “Com estes valores em atraso, conseguiríamos regularizar o pagamento dos trabalhadores e dos médicos. Mas, não há previsão”, completa.

A assembleia dos trabalhadores do hospital está agendada para as 18 horas no pátio interno do hospital. “O trabalhador decidirá. A greve não está descartada. A assembleia será deliberativa”, lembra o dirigente sindical do Sindisaúde de Tubarão e região, Varlei Bittencourt.

Negociação continua

Atualmente o Hospital Santa Terezinha possui convênio firmado para atendimento de pacientes com as cidades de Gravatal, São Lugdero, Grão Pará e Braço do Norte. O reajuste no montante dos recursos a serem repassados já está em discussão. “Conversamos com todos os gestores e vamos continuar negociando. Podemos atender procedimentos básicos das outras cidades, mas eles terão que nos contratar. Atualmente temos um déficit mensal muito grande”, lembra Della Giustina

O hospital conta hoje com 73 leitos. O custo mensal para manter os serviços é de aproximadamente R$ 220 mil/mês. Com a suspensão dos atendimentos de casos clínicos sem gravidade no Pronto Socorro, a instituição estima economizar cerca de R$50 mil/mês.