Até pouco tempo era muito comum ouvir-se o clamor de SOS à natureza, à saúde, à educação, à segurança, enfim a tantos segmentos da sociedade, mas hoje gostaria que esse grito ecoasse em todos os sentidos, de norte a sul do país, pedindo que os olhares, que o socorro se volte para o profissional mais importante e indispensável à formação da sociedade: o Professor.
Há muito temos acompanhado a crise, que se agrava cotidianamente na educação. Queixamo-nos da falta de valorização do profissional da educação, da carência de estrutura física das escolas, da falta de investimento na formação de professores, enfim tantos quesitos para que se faça uma boa formação cidadã, mas tudo isso se torna insignificante diante do comportamento que nossos adolescentes vêm apresentando, inviabilizando o trabalho docente.
Há poucos dias aquele marmanjo, projeto de marginal, deixou marcas indeléveis não no rosto, mas na alma daquela professora que só queria ensinar a ele lições para a vida. É inacreditável que meninas com dez e onze anos, mentes maléficas, deem à professora água de vaso sanitário com medicação que nem elas sabem para que serve! Hoje colocam remédios quase inofensivos, amanhã o que colocarão? Se estiverem tomadas de ira poderão cometer um assassinato, pois como afirma Paracelso, chamado o pai da química moderna:
“A diferença entre o remédio e o veneno está apenas na dose”. Há quem diga: foi brincadeira de criança! Se assim o fosse, por que água do vaso sanitário? Pura maldade… Adolescentes de má índole, futuras marginais. Do que serão capazes quando tiverem na fase adulta? Não tenho dúvida… Preparem-se os pais, pois terão muitos problemas caso não coloquem rédeas curtas enquanto é tempo.
A indisciplina hoje na sala de aula, em grande parte, é culpa dos pais que, em função da correria do dia a dia, terceirizam a educação dos filhos à escola, cuja função é ensinar, complementando os valores éticos e de comportamento básicos, compromissos da família, mas não cumpridos por ela. A família é o primeiro fator de transformação do caráter da criança. Junte-se a isso a falta de leis severas, a impunidade que tira a autoridade da escola. A falta de punição ao menor infrator dá a ele liberdade para desestruturar o ambiente onde vive. É preciso que a criança e o adolescente aprendam que a escola tem normas que devem ser cumpridas, e que o professor é o caminho para que isso aconteça.
Sabe-se que hoje as crianças e adolescentes estão cada dia mais egoístas, abusados, desobedientes, ingratos, mas isso não lhes dá o direito de ultrapassar os limites impostos para a boa convivência e desenvolvimento social.
SOS professores ou teremos uma espécie profissional em extinção.