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Círculos em plantação no Oeste de Santa Catarina viram caso de polícia

Proprietária da lavoura de trigo em Ipuaçu, onde alguns agroglifos apareceram, quer indenização

Foto: Marcelo Franzosi/Divulgação/Diário Catarinense

Foto: Marcelo Franzosi/Divulgação/Diário Catarinense

O aparecimento de círculos em lavouras de trigo do Oeste pelo quinto ano consecutivo acabou virando caso de polícia. A dona da área onde os chamados agroglifos foram encontrados, Liana Faccio, registrou boletim de ocorrência na delegacia de Ipuaçu. Para ela, o que danificou seu trigo não tem nada de extraterreno, e foi causado por terráqueos, dos quais ela vai buscar indenização.

Ela até contratou um vigia para evitar que curiosos aumentassem ainda mais os danos à sua lavoura de trigo. Vilson Cunico está ganhando R$ 50 a R$ 60 por dia para cuidar da lavoura. Às vezes, ele precisa do reforço de Dercílio Bernardes, que trabalha para a família Faccio. Bernardes tem que deixar de cuidar da lavoura para virar vigia.

Sobre os cerca de 30 círculos, que ocupam aproximadamente meio campo de futebol, Cunico é categórico:

— Não tem grande coisa, é só trigo amassado.

Na segunda-feira, o delegado da comarca de Abelardo Luz, João Luiz Miotto, e o investigador Renan Gatti estiveram no local. E apesar de algumas pessoas ainda ficarem assustadas e até pensando em extraterrestres, os policiais não têm dúvida.

— É uma brincadeira de mau gosto — afirmou Miotto.

— É coisa de desocupados — completou Gatti.

Eles afirmam que os responsáveis pelo dano na lavoura serão identificados e punidos. No local, eles viram sinais de que, no meio dos círculos, há diferença na textura, mostrando que o local serviu de base para amassar o trigo, provavelmente com corda e tábua.

Além de indenização cabível, os responsáveis — que estariam querendo criar um clima de mistério nas comunidades —, podem responder por crime de dano ao patrimônio, com pena prevista de seis meses a um ano de prisão.

Outros círculos apareceram em Ouro Verde, Bom Jesus e Xanxerê

O presidente do Grupo de Estudos de Astronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Adolfo Stotz Neto, disse que os agroglifos encontrados no Oeste são pura brincadeira, como ocorreu desde a década de 1970 na Europa. Ele brincou que estes sinais sempre surgem em lavouras de trigo e não deixam nenhum outro sinal que não sejam as plantas amassadas.

Não há sinais de algo queimado pela ação de alguma energia e não há registros em outras plantações. Ele afirmou que o universo deve ser habitado, mas esta é uma questão ainda não comprovada.

Já foram feito círculos também em Ouro Verde, Bom Jesus e Xanxerê, cidades vizinhas a Ipuaçu. Em todos os casos, são feitos em lavouras de trigo, onde as marcas ficam melhor desenhadas. Além disso, o vandalismo ocorre nos finais de semana ou feriados, quando as famílias que trabalham de sol a sol, a semana inteira, aproveitam para descansar e passear. Ou seja, esses ETs são mesmo do Oeste.

Diário Catarinense