Cerca de dois mil pescadores estão de braços cruzados em Santa Catarina pelo baixo preço pago pelas indústrias na compra da sardinha. Na última reunião realizada pelo Sindicato dos Pescadores de Itajaí, nesta quinta-feira (18), foi decretada por unanimidade a greve por tempo indeterminado.
A safra da sardinha iniciou na última segunda-feira (15), dia em que os pescadores iniciaram a greve em Santa Catarina, no Rio de Janeiro e São Paulo. O estado catarinense é responsável por cerca de 70% da produção do pescado no Brasil.
Segundo o presidente do sindicato, Eros Aristeu Martins, de 60 a 80 barcos estão parados só em Itajaí. No estado inteiro, cerca de dois mil pescadores estão com as atividades paralisadas.
Reivindicações
De acordo com Martins, atualmete a sardinha é comprada pelas indústrias por R$ 1,40 nas embarcações refrigeradas por gelo e R$ 1,60 nas de salmoura. A categoria quer que o preço suba para R$ 1,90 nos dois tipos de embarcação.
"É prejuízo para nós com esse preço que está sendo cobrado. Só para ter uma embarcação pesqueira você gasta de R$ 80 a R$ 90 mil. Se você sai para pescar e volta com menos de 200 toneladas, é prejuízo na certa", explica o presidente.
Ainda conforme Eros, na próxima segunda-feira (22), uma reunião entre os pescadores e o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), deve definir os encaminhamentos da greve.
"Vamos ouvir o que eles tem para propor. Queremos esse preço de R$ 1,90 nos dois tipos de embarcação, mas podemos negociar entre uma e outra. Porém, caso não obtivermos um reajuste, a greve vai seguir", afirmou.
Com informações do G1 SC