Erro de redação de um aviso gerou revolta entre os profissionais e entidades que representam o setor
Inaugurada em agosto deste ano, a Central de Serviços Funerários de Criciúma foi idealizada para deixar um dos momentos da vida em que as pessoas estão fragilizadas, mais humanizado. Porém, desde o seu funcionamento, uma série de reclamações e polêmicas tem chamado a atenção, inclusive do poder público, provocando reações entre os vereadores criciumenses.
O caso mais recente que gerou indignação junto aos empresários do ramo foi a fixação de um cartaz na porta da Central com o seguinte dizer: “Agentes Funerários, aguardar o atendimento do lado externo da Central de Serviços Funerários. Mantenha porta fechada”. O aviso não repercutiu bem. “A associação repudia isso até porque não há um cabimento legal e moral. E tratando-se de um espaço público, aliás, um setor público-privado, e as empresas que ganharam a licitação, elas ganharam a concessão do poder público para estarem ali, é inadmissível”, declarou o presidente da Associação Sul Catarinense de Empresas Funerárias (Ascef) e empresário do ramo em Urussanga, Rangel Quagliotto.
Compreensão
Para ele, em um momento de dor, onde as pessoas que são de fora, muitas vezes procuram o serviço de uma empresa conhecida. “O agente funerário, ele é contratado inclusive para acompanhar a parte burocrática, ele tem que dar o suporte nisso para o cliente. Então, a gente não acata essa decisão, até porque não tem cabimento e só contribui para tudo que está acontecendo em torno da Central”, comentou Quagliotto.
Reunião deverá acontecer amanhã
Com todas as reclamações que giram em torno dos serviços da Central, o Sindicato das Empresas de Serviços Funerários de Santa Catarina (SIESF/SC) está se mobilizando para buscar explicações junto à Prefeitura de Criciúma. De acordo com o membro da diretoria e representante do sindicato para o Sul catarinense, Paulo Reichle, uma reunião deverá acontecer amanhã para tratar sobre tudo o que vem ocorrendo junto à Central. “Estaremos na sexta-feira, em Criciúma, juntamente com uma comissão de vereadores para apresentar algumas das sugestões possíveis, todas com embasamento jurídico para oferecer à sociedade uma resposta séria, justa e cuidadosa”, afirmou Paulo.
Para ele, o episódio do cartaz pode ser interpretado de duas maneiras. “E pensar que com todos estes escândalos os serviços continuam e pior, proibindo que as famílias sejam acompanhadas pelos seus agentes funerários de confiança. Por que proibir a entrada em uma sala que deveria ser para receber a todos? Ou preconceito com a classe trabalhadora, ou alguma coisa de muito errado pode continuar acontecendo”, indagou Paulo.
Soluções
Neste encontro serão apresentadas algumas medidas paliativas para o momento. “O sindicato está se mobilizando para estar apresentando algumas soluções paliativas até que se resolva este escárnio que está o serviço funerário em Criciúma. Uma das sugestões é a suspensão dos atendimentos das funerárias envolvidas neste escândalo de cartel e superfaturamento, e abertura para empresas que tenham interesse de prestar o serviço temporariamente. Caso seja comprovado o que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) vem investigando, uma das ações seria a perda do capital investido para a prefeitura, além de responder aos processos que o Ministério Público julgue necessário”, finalizou o representante da SIESF.
Redação do recado estava errada
Procurada pela reportagem para comentar sobre o assunto, o Governo de Criciúma, através da assessoria de imprensa, avisou que um novo aviso será fixado na porta da Central de Serviços Funerário, pois o que gerou polêmica estava com um erro de redação.
Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, o novo recado deverá constar o seguinte trecho: “Agentes funerários que não estejam acompanhados dos seus clientes favor aguardar do lado externo. (Art. 12 do Decreto SG/Nº 1997/2023)”.
Com informações do TNSul