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Caso Luna: mãe e padrasto são condenados a mais de 70 anos de prisão por matar menina em Timbó

Durante o júri, o promotor de justiça apresentou diversos dados chocantes sobre a morte de Luna, aos 11 anos, ocorrida em abril de 2022

Foto: Divulgação/Internet/ND

A espera por justiça após um caso que chocou moradores de Timbó, no Vale do Itajaí, terminou nesta sexta-feira (17). O júri popular da mãe e padrasto acusados de matar Luna Bonett Gonçalves de apenas 11 anos, em abril de 2022, durou 16 horas e terminou na condenação do casal, que sentou no banco dos réus.

O julgamento começou por volta das 10h30, no Fórum da Comarca de Timbó. Testemunhas da defesa e acusados foram ouvidos nas primeiras horas do dia.

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O promotor de justiça, Alexandre Daura Serratine, explicou que o júri começou com o sorteio dos jurados e a leitura das acusações, e, após uma breve pausa, iniciou o interrogatório de Tânia, mãe de Luna e acusada de ter matado a menina.

Na mesma manhã, Fabiano, padrasto acusado de matar Luna, foi interrogado. O advogado de defesa, Marcelo Geiser Duran, se manifestou e disse ter a convicção de absolvição do cliente.

A análise dos celulares do casal comprovou que os dois estavam em casa na hora da morte da menina, diferente do que eles alegaram. O casal foi condenado a penas que somam cerca de 71 anos de prisão, sem chance de poder recorrer em liberdade.

O padrasto recebeu a pena de 56 anos, 10 meses e 3 dias de reclusão em regime fechado e sete meses de detenção em regime aberto. Os jurados consideraram o feminicídio para qualificar o crime por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, para agravar a pena. Ele também foi condenado pelos crimes de tortura continuada, cárcere privado contra menor de idade, fraude processual e estupro de vulnerável.

A mãe foi condenada a 14 anos de reclusão em regime fechado e 6 meses de detenção em regime aberto pelos crimes de estupro de vulnerável, por omissão e fraude processual.

Promotor de justiça apresentou dados chocantes sobre a morte de Luna

Durante o julgamento, o promotor de justiça Alexandre Daura Serratine apresentou dados chocantes sobre como a menina de 11 anos foi morta, além dos ferimentos que já carregava no corpo antes de ter a vida tirada pelo casal.

Conforme o laudo do médico legista, Luna apresentava muitos hematomas nos dois lados da cabeça, além de manchas excessivas na pele e diversos arranhões. Foram relatadas 18 lesões somente na cabeça e no pescoço.

Algumas lesões também foram encontradas nas partes íntimas da menina. As marcas dos ferimentos causados pelo chinelo, segundo o promotor, estavam “impressas” na pele da vítima.

O médico legista ainda pontuou no laudo que Luna sofria as agressões sem estar vestida com roupas. Os braços foram a região onde a menina apresentava o maior número de ferimentos que não eram recentes, ou seja, já estavam em sua pele há muito tempo, antes de sua morte.

A brutalidade vivida por ela foi evidenciada também em seus dedos, marcados ao tentar se defender das agressões. Conforme apresentado pelo promotor, foi identificado durante a autópsia que a criança já possuía hematomas e inchaço em seu cérebro, órgão que não tinha um volume normal para a idade dela.

Ao todo, foram identificadas 66 lesões em todo o corpo de Luna. “Não me lembro quanto tempo faz que trabalhei num caso em que a vítima sofria tanto” disse Serratini, que trabalha há 29 anos como promotor.

Relembre o crime

Na madrugada do dia 14 de abril de 2022, a menina Luna Gonçalves, de 11 anos, deu entrada ao Hospital OASE de Timbó. Inicialmente, a hipótese era que a criança teria morrido a caminho do hospital, mas uma perícia apontou que Luna já estava morta em casa quando a família chamou os bombeiros.

A necropsia mostrou que a menina tinha diversas lesões e contusões no crânio, baço, pulmão, alças intestinais e também lacerações na vagina. Segundo o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), a menina também foi vítima de estupro, inclusive no dia em que foi morta.

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Quando o caso foi encaminhado pela Polícia Civil ao Poder Judiciário e os envolvidos se tornaram réus, a Justiça decretou a prisão preventiva da mãe e do padrasto. O casal está preso desde o dia 15 de abril de 2022.

Com informações do ND+

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