Investigação é o foco do processo de impeachment que levou ao afastamento do governador da gestão estadual em março deste ano.
Mensagens enviadas do celular do governador afastado Carlos Moisés (PSL), em um grupo de aplicativo, integraram a investigação que apura a compra dos respiradores em Santa Catarina. Segundo o inquérito da Polícia Federal, as conversas indicaram pela inocência do político. Na terça-feira (13), o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pelo arquivamento da investigação.
“Muitos diálogos de Carlos Moisés com pessoas aparentemente próximas levam a crer em sua inocência”, disse o documento da PF, que foi produzido em Brasília.
A análise das mensagens consta no relatório do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O documento tem quase 1 mil páginas de provas.
Entre os documentos apreendidos na Casa D’ Agronômica, no dia 30 de setembro, em Florianópolis, apenas o celular do governador foi analisado pela PF. O relatório da polícia afirma que o notebook e um HD externo, que também foram recolhidos não possuíam informações relevantes e foram descartados.
“Tendo em vista o exposto, pode-se concluir que não há, no material analisado, indícios suficientes da participação do governador Carlos Moisés nos fatos sob investigação”, afirmou o relatório.
O caso da compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões com dispensa de licitação é o foco do processo de impeachment que levou ao afastamento do governador da gestão estadual em março. O julgamento dele por crime de responsabilidade. A expectativa é que o julgamento final do impedimento ocorra no mês que vem.
Conversas
Conversas extraídas pela polícia do aparelho do governador afastado, que ocorreram entre os dias 23 e 24 de junho, mostram conversas com o então secretário da Casa Civil, Douglas Borba, e a troca de mensagens em um grupo com outros integrantes do governo na época, advogado e procurador.
No grupo, os integrantes comentam sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) dos Respiradores. Alguns comemoram o resultado das oitivas. Mas, o governador responde horas (veja o trecho abaixo).
Em outra conversa que foi resgatada pela PF, Moisés fala com Douglas Borba, no dia 6 de maio. O ex-secretário da Casa Civil de Santa Catarina, chegou a ser preso no ano passado e é investigado por envolvimento na compra dos respiradores.
Moisés cobra o ex-secretário por informação divulgada no telejornal Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV. O governador diz: “Ex-secretário da saúde. Coronel BM Helton foi espontaneamente a Polícia Civil dar depoimento e disse que quem pediu a compra dos respiradores foi o secretário da Casa Civil Douglas Borba“.
Ao G1 SC, o advogado de Zeferino reiterou a inocência do cliente. Segundo Noel Antônio Baratiei, o ex-secretário de saúde “não tinha conhecimento do crime que estava sendo feito”. Os documentos obtidos ao longo da investigação, incluindo o relatório da PF, apontam, portanto, que Zeferino “foi vítima, assim como foi o governador e o Estado, do esquema fraudulento”.
Com informações do G1 SC