Os números que os rodeiam são robustos. Ele é 99, ela é 98. Unidos, são 80 e juntos fizeram cinco virar 19, 45 e 16. Agora, depois de viverem as mudanças do mundo em quase um século de história, vão celebrar bodas de carvalho (ou nogueira, dizem as listas espalhadas por aí). Mais do que isso, José Alberto Leite e Francisca Leite, vão celebrar toda uma vida juntos.
Oficialmente, é neste sábado, 20 de janeiro de 2018, que eles comemoram os 80 anos de casamento, mas a festa ainda vai esperar uma semana por causa da agenda da família. Mas a história começou bem uns dez anos antes do agora longínquo 1938, quando a união foi oficializada em Ibirama. Alberto é de Blumenau, mas se mudou pequeno para o Alto Vale, onde conheceu Francisca ainda na escola, na quarta série.
– A gente chegou a apanhar de um professor porque não podia namorar, mas não teve jeito, não – lembra ele, enquanto ela dá risada e confirma a história.
Depois de alguns anos, eles puderam, enfim, reunir sob o mesmo teto o amor que crescia desde a infância. Casaram-se ainda em Ibirama, mas logo desceram para o Médio Vale, já com dois dos cinco filhos que dariam origem à família que hoje conta com 19 netos, 45 bisnetos e 16 trinetos.
A vida foi compartilhada não só em casa, mas também no trabalho. Aposentados de uma centenária têxtil blumenauense, onde ele atuou por 35 anos e ela durante 25, lembram com emoção dos anos de labuta que garantiram a vida da família.
Receita da longevidade
Mais que compartilhar dias e momentos, Alberto e Francisca decidiram, quase sem perceber, fazer isso com bom humor. Quando questionados sobre o que é mais importante para a garantir a vida longa da união, ela se apressa em responder.
– Ah, minha filha, é aturar ele, né! Quando ele falar, tem que fazer como se não ouvisse o que ele está dizendo – e balança a cabeça acompanhada de uma gargalhada, ao que ele responde, também rindo:
– Tem que escutar o que ela fala e nem responder!
Apesar da piada, os pequenos gestos demonstram a cumplicidade. A audição de Alberto, já comprometida pela idade, às vezes dificulta o diálogo com um ou outro, mas o ouvido capta todas as palavras emitidas por Francisca. Já a memória dela falha com o que é menos importante, mas recorda dos bons momentos vividos ao lado do amor nascido no século passado. Com graça, eles ensinam aos mais jovens uma das principais lições para viver a dois em harmonia: paciência, diálogo e respeito.
As informações são do Diário Catarinense