Saúde

Câncer de intestino: diagnóstico precoce é o maior aliado no tratamento da doença

Especialista do HSJosé esclarece dúvidas sobre o problema que ganhou ainda mais evidência após o diagnóstico da doença dado à cantora Simony

O câncer de intestino é uma doença que vem crescendo cada vez mais entre a população mundial. Nas últimas semanas, o assunto ganhou ainda mais evidência após a cantora Simony anunciar que está em tratamento contra a doença. O anúncio feito pela artista reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento.

“Este câncer pode ocorrer no intestino grosso, no reto, onde é o segundo tipo de câncer mais comum, tanto em homens quanto mulheres. Nessa localização, geralmente ocorre o adenocarcinoma. No canal anal, porção mais próxima ao ânus e propriamente o câncer anal, o câncer ocorre mais raramente, responsável por 1 a 2% dos tumores colorretais. O tipo mais comum nesse local é o carcinoma epidermóide, com algumas características diferentes do adenocarcinoma”, explica a coloproctologista do HSJosé, Dra. Denise D’avila Búrigo (CRM – 17790 | RQE – 15864).

De acordo com a especialista, os esforços nas campanhas de prevenção são de extrema importância justamente porque esse tipo de câncer não causa sintoma algum quando inicial. “Sintomas ocorrem somente quando as lesões já estão mais avançadas, podendo causar:  presença de sangue nas fezes, dores abdominais, dores ao evacuar, alteração do hábito do intestino, diarreia ou prisão de ventre, sensação de estufamento, perda de peso inexplicável”, esclarece a médica.

No caso do carcinoma epidermoide, que foi o diagnóstico dado à cantora Simony, entre os sintomas mais comuns estão o aparecimento de alguma nodulação borda anal, sangramento anal vivo e dor relacionada à evacuação, coceira, ardor, secreção local e até incontinência fecal. “Ínguas, os linfonodos aumentados, também podem aparecer na virilha e já demonstram um quadro reacional do corpo à presença do câncer, o que deve servir de alerta e motivar a pessoa procurar atendimento médico especializado”, garante Dra. Denise.

Importância do diagnóstico precoce

A atenção aos sintomas e a realização de exames preventivos são essenciais no cuidado e na garantia de descobris de forma precoce a doença. “Os cânceres colorretais, quando iniciais, apresentam mais de 90% de chance de cura. O adenocarcinoma pode ser ativamente evitado, quando a pessoa faz exames preventivos de maneira adequada. Antes dos 45 anos podemos adicionar aos exames de check-up anual, a pesquisa de sangue oculto nas fezes, exame muito simples, feito com uma amostra de fezes. A partir dos 45, no máximo aos 50 anos, está recomendada a realização de uma colonoscopia, mesmo sem sintoma algum. Se o exame é totalmente normal, deverá ser repetido a cada 10 anos. Quando encontramos pólipos, estes podem ser tratados através do exame, e o intervalo entre os mesmos será decidido de maneira indivualizada, caso a caso”, esclarece a especialista.

Segundo a médica, uma pequena parcela de casos, em torno de 5 a 15% dos cânceres, tem uma causa hereditária familiar, nas famílias que possuem polipose familiar ou o que é conhecido como síndrome de Lynch. “Suspeitamos de quadros assim quando o câncer ocorrer na pessoa abaixo dos 50 anos, nesses casos todos os familiares próximos precisam iniciar colonoscopia 10 anos antes da idade do diagnóstico do familiar. Por exemplo, algum com um irmão que teve câncer de intestino aos 42 anos, aos 32 anos já precisa realizar o exame e seguir acompanhamento no máximo a cada 5 anos”, esclarece.

Entre os possíveis tratamentos para a doença estão procedimentos mais simples até cirurgias aliadas à quimioterapia. “Em relação ao câncer de cólon, as lesões pré-cancerígenas, que são os pólipos, e lesões bem precoces, podem ser tratadas através de procedimentos na colonoscopia, exame que avalia o interior do intestino e possibilita essas terapias. Tumores mais avançados são tratados com cirurgia, quimioterapia e radioterapia quando necessário. Já o carcinoma epidermoide é tratado inicialmente com quimioterapia, radioterapia e cirurgia quando necessário”, aponta dra. Denise.

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