Manifestações ocorrem principalmente no Oeste do estado
Em Santa Catarina, sete manifestações continuam em rodovias nesta terça-feira (31). Elas ocorrem principamente na região Oeste, bloqueando parcialmente o trânsito, formando filas e causando lentidão. De acordo com a Central de Informações Operacionais da Polícia Rodoviária Federal (PRF), desde a manhã de segunda-feira (30), os protestos dos caminhoneiros ocorrem e interrompem trechos de BRs.
Em Maravilha, a interdição começou às 8h30 no km 605 da BR-282. Já em Catanduvas a paralisação é no km 406,5 e em São Miguel do Oeste no km 645, ambas na BR-282. No Oeste de Santa Catarina, os motoristas também protestam em Cunha Porã, no km 110 da BR-158, e em Dionísio Cerqueira no km 121 da BR-163. Por volta das 10h30 de segunda, a manifestação começou na cidade de Chapecó, no km 123,7 da BR-480.
Em Abelardo Luz, no km 15 da SC-467, a pista foi parcialmente fechada e no início da manhã desta terça-feira (31) já formava uma fila de aproximadamente de 2km de caminhões em cada sentido da rodovia. Conforme a PRF, em todos os trechos o trânsito está liberado para veículos de passeio, ônibus, caminhões com cargas perecíveis ou vivas e ambulâncias. Em Concórdia, no km 90 da BR-153, e em Xanxerê, no km 505 da BR 282, o movimento foi interrompido às 16h30 e 19h, respectivamente.
As manifestações começaram na sexta-feira (27) em diversas cidades do estado. No sábado, a Justiça Federal proibiu os caminhoneiros de bloquearem qualquer trecho de BRs catarinenses sob pena de multa de R$ 100 mil. O motivo, segundo a liminar, é que o Movimento União Brasil Caminhoneiro estaria impedindo o direito de ir e vir do cidadão, além de impedir o trânsito livre e seguro nas rodovias federais de Santa Catarina.
A intenção do protesto é conseguir melhorias para o trabalho da categoria, que quer revisar a a Lei 12.619/2012. A Lei entrou em vigor na sexta-feira (27) e regulamenta a profissão dos motoristas de transporte rodoviário interestadual. De acordo com proposta, depois de quatro horas de trabalho, os motoristas têm direito a trinta minutos de descanso. Eles ainda podem fazer uma hora de intervalo para as refeições e a cada 24h de trabalho devem descansar outras onze horas.
Paralisação Nacional
A paralisação nacional é organizada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro, que congrega motoristas, empresas e cooperativas de transporte. De acordo com o presidente da associação, Nélio Botelho, as principais reivindicações dos manifestantes são a revogação, o cancelamento e a revisão de normas da ANTT. “Algumas normas complicaram o mercado e outras são impossíveis de serem cumpridas. Queremos que sejam refeitas dentro da lei”, afirmou Botelho.
A assessoria da ANTT informou por meio de nota, na quarta-feira (25), que mantém negociações com representantes dos caminhoneiros. A agência também informou que busca o aperfeiçoamento dos requisitos para inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas e das normas relativas ao pagamento eletrônico de frete.