Apenas sete dos 28 equipamentos estão em funcionamento e não há prazo para o conserto.
Diversas cidades do país têm investido nos sistemas de videomonitoramento para melhorar a gestão de problemas de segurança e urbano. O uso de câmeras inteligentes, com tecnologia de ponta, é algo cada vez mais presente nos municípios e pode contribuir para a segurança e em ações de mobilidade, ao identificar áreas de congestionamentos e alagamentos.
Isto é, quando funcionam. Em Laguna, onde o índice criminal é um dos mais altos da abrangência da Amurel, 21 dos 28 aparelhos estão desligados. Dos 19 homicídios confirmados neste ano na região, quase a metade (oito) ocorreram no município.
O problema já é de conhecimento da prefeitura, que abriu uma licitação e contratou a empresa vencedora. Porém, até então nada foi feito. De acordo com o inspetor Matheus Philippi, da Guarda Municipal, onde estão localizadas 18 câmeras, as quais todas estão desativadas, o problema não é recente. A suspeita é de que o dano tenha sido provocado pela maresia.
“Elas estão desligadas desde dezembro, pelo menos. A informação que nos foi repassada é que a empresa está dando prioridade para as câmeras do governo do estado situadas no centro”, relata. As demais ficam em pontos estratégicos dos outros bairros, como Mar Grosso e Magalhães, e na entrada e saída da cidade.
As máquinas citadas pelo guarda são as dez cujas imagens são monitoradas pela Polícia Militar da Cidade Juliana. Ontem foi confirmado que os três aparelhos com problemas também não foram consertados. Isto afeta todos os envolvidos na segurança pública. “A Guarda Municipal e as polícias Militar e Civil têm uma relação só, trabalhamos em conjunto. Quando necessário, eles solicitam imagens para a gente e vice-versa”, explica Matheus.
Aumento na criminalidade
O delegado Flávio Costa Gorla, de Laguna, certifica que é um recurso sempre utilizado. “Percebi inclusive um aumento significativo de delitos recentemente. Têm ocorrido muitos furtos de motocicletas e roubos”, conta Gorla. Com as imagens, seria possível visualizar o crime e tentar identificar o autor. Para o inspetor Philippi, é preciso ter fiscalização da empresa por parte da prefeitura. “Já sofremos com estrutura precária e falta de efetivo”, lamenta.
Representantes da empresa Coringa, responsável pela manutenção, não souberam passar informações e garantiram prestar esclarecimentos por meio do setor jurídico. “O videomonitoramento é de suma importância, inibe o criminoso. O bandido fica mais à vontade para cometer crimes. Estamos sem ferramentas, tanto de prevenção, quanto de vigilância”, ressalta Matheus. Os equipamentos foram adquiridos em 2012 por meio do projeto Bem-te-vi, um convênio entre o Ministério da Justiça, Secretaria de Segurança Pública e a prefeitura.
Com informações do Jornal Notisul