Um dia após as agressões, policial militar teria tentado "calar" vítima oferendo R$ 20 mil para evitar exame de corpo de delito, afirma homem em depoimento
Diagnóstico de fratura nasal e maxilar e plano de retorno para reavaliação com cirurgião e possibilidade de necessidade de procedimento cirúrgico. O laudo pericial emitido pela Polícia Científica é de um policial militar de Joinville, no Norte de Santa Catarina, que acusa outros quatro policiais militares de agressão e possível tentativa de homicídio na saída de uma balada na madrugada de segunda-feira (27).
A briga aconteceu na região Central da cidade e está sendo investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar. De acordo com o depoimento da vítima, um policial militar de 38 anos, os quatro suspeitos o atacaram na saída de um bar depois que ele tentou se identificar para um deles.
Segundo o relato, registrado na delegacia em boletim de ocorrência, a vítima saía da balada, já no estacionamento, quando reconheceu um dos quatro policiais, com quem teria trabalhado em ação de verão. No entanto, o policial teria dito “sai fora, não te conheço, você não é policial” e, mesmo se apresentando, a vítima foi agredida.
“Lhe desferiu um empurrão, caiu ao solo e em ato contínuo um outro masculino lhe desferiu um chute contra a cabeça”, diz o boletim de ocorrência. Ele contou em depoimento, ainda, que durante o dia, foi procurado por outro policial militar, amigo do grupo que o agrediu. O policial teria oferecido R$ 20 mil para que ele “não levasse a situação para frente” e não fizesse o exame de corpo de delito.
A Polícia Militar afirma que está investigando o caso, identificou todos os policiais e já instaurou um inquérito militar para apurar os fatos e as responsabilidades.
O advogado da vítima, Pedro Mira, acompanha o caso e se manifestou por meio de nota. “Os autores devem ser severamente punidos, chutar a cabeça de outra pessoa, sendo militar ou não, não é desentendimento, é tentativa de homicídio, a promotoria deve tomar ações imediatas afim de afastar estes agressores, requerendo até mesmo a prisão preventiva”, disse.
O boletim de ocorrência foi registrado na tarde de terça-feira (28) e o laudo pericial também foi emitido na mesma data. Além da vítima, a Polícia Civil ouviu os quatro policiais envolvidos.
Com informações do ND+