Em apenas cinco dias, nove pessoas perderam a vida, consolidando a rodovia como uma das mais perigosas do estado.
A BR-282, com mais de 600 quilômetros conectando o Litoral, a Serra e o Oeste catarinense, tem sido palco de tragédias no início deste verão. Em apenas cinco dias, nove pessoas perderam a vida, consolidando a rodovia como uma das mais perigosas do estado.
A saturação da BR-282 reflete um cenário alarmante: uma economia em constante crescimento, aumento populacional acima da média nacional e uma frota de veículos que não para de crescer. Além disso, a rodovia é essencial para o transporte de produtos agrícolas do Oeste aos portos, intensificando o tráfego e, consequentemente, o risco de acidentes.
Pista simples e o fator humano
Embora a imprudência dos motoristas seja apontada como a principal causa de acidentes, a infraestrutura da rodovia potencializa a gravidade das colisões. A BR-282 é majoritariamente de pista simples, o que aumenta a incidência de ultrapassagens perigosas e colisões frontais — a forma mais fatal de acidente, na maioria das vezes com desfecho trágico.
A necessidade de duplicação da rodovia não é apenas urgente, mas vital para reduzir as mortes, melhorar a mobilidade e garantir a competitividade econômica do estado.
O projeto de duplicação
O plano para duplicar a BR-282 está dividido em dois blocos de lotes:
- Palhoça a Lages (210 km): Este trecho ainda está no estágio inicial, com licitações concluídas para a elaboração de projetos de engenharia, mas sem contrato assinado.
- Lages a São Miguel do Oeste (425 km): Aqui, há mais avanços. O lote entre Lages e Campos Novos (102 km) aguarda aprovação de contrato, enquanto os outros lotes já têm ordem de serviço assinada para elaboração dos projetos de engenharia.
Os projetos devem levar até dois anos para serem concluídos, e não há prazo definido para o início das obras. Com mais de 500 km para duplicar, especialistas estimam que a conclusão total levará pelo menos uma década.
Consequências alarmantes
Enquanto a duplicação não sai do papel, a BR-282 continua a ser cenário de vidas interrompidas, famílias destruídas e prejuízos para a economia catarinense. A combinação de uma infraestrutura inadequada e o crescimento exponencial do estado resulta em mais mortes e comprometimento da competitividade.
A duplicação da BR-282 é mais do que uma necessidade: é uma questão de vida ou morte para Santa Catarina. Até que as obras se tornem realidade, o estado continuará pagando um preço alto em vidas e em desenvolvimento econômico.