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Boletim Hídrico traz situação de alerta para estiagem em regiões do Estado

Pelo segundo boletim seguido houve aumento no número de cidades registrando problemas com o abastecimento.

Divulgação

Dados do 11º Boletim Hidrometeorológico Integrado do Estado, divulgado nesta quarta-feira, 21, trazem um alerta para um novo período de estiagem em várias regiões, caso não normalize as condições de chuva, onde já ocorrem baixos volumes no Estado, principalmente nas regiões do Oeste, Meio Oeste, Planalto Sul e Vale do Itajaí.

Nestas áreas, os acumulados ficaram abaixo dos 30 mm de maneira geral. Apenas na região do Extremo Oeste, próximo ao Paraná, os volumes ultrapassaram os 30 mm. A passagem de frentes frias oceânicas e atuação de áreas de instabilidade provocaram acumulados mais significativos nas regiões do Litoral Sul, Grande Florianópolis, Litoral Norte e Planalto Norte, que ficaram entre 40 e 80 mm, com pontuais acima dos 100 mm.

Situação de atenção

Pelo segundo boletim seguido houve aumento no número de cidades registrando problemas com o abastecimento. Na comparação com o Boletim do início de setembro houve um aumento de 26 municípios em situação de atenção; aumento de mais um em situação de alerta e mais cinco cidades em situação crítica, concentrados principalmente na região Oeste e Planalto Central do Estado.

Em relação aos dados do Boletim anterior, foi possível verificar também que o número de municípios considerados dentro da normalidade reduziu de 211 para 156 municípios. Portanto, 85 (32%) estão em estado de atenção, 12 (5%) em alerta e nove (3%) em estado crítico. Dentre os 295 municípios catarinenses, 262 (89%), responderam os questionários para avaliação e monitoramento. Os dados reforçam para que o Estado continue o monitoramento constante das condições hidrológicas que já registram um longo período sem precipitação desde junho do ano passado.

O Boletim Hidrometeorológico Integrado é um estudo quinzenal, coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) juntamente com a Defesa Civil de Santa Catarina, Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC) e outras agências reguladoras do Estado. O documento tem o objetivo de monitorar e divulgar a situação hídrica no Estado e traz informações atualizadas, divulgadas nos sites das respectivas instituições, com a finalidade de compartilhar informações das condições hidrológicas dos rios catarinenses, bem como os impactos no abastecimento das cidades.

Abaixo da média

Um dos pontos que chama atenção no Boletim é que outubro é um dos meses mais chuvosos do ano em Santa Catarina. Porém, o 11º relatório alerta que até o dia 19 deste mês, a precipitação ficou abaixo da média em todas as regiões. A distribuição da chuva no mês de outubro continua irregular, com o Estado apresentando em média 70% de dias sem chuva superior a 1mm. Contudo, a previsão indica que a próxima semana pode ser um pouco mais úmida, resultando em melhoras nesse indicador.

No Oeste, são esperados entre 190 e 250 mm, porém os valores estão entre 120 e 200 mm abaixo da média. No Meio Oeste, Vale do Itajaí e Planalto Sul, os volumes estão abaixo dos 120 e 160 mm. Nas demais regiões, abaixo dos 40 a 120 mm, de maneira geral.

O diretor de Recursos Hídricos da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (SEMA), que integra a SDE, Leonardo Porto Ferreira, explica que para caracterizar a estiagem em Santa Catarina, utiliza-se o critério da SEDEC/MI, onde a estiagem é definida a partir da redução da precipitação para 60% em relação às normais climatológicas mensais.

De acordo com os dados apresentados no Boletim, nestes 19 primeiros dias de outubro, não choveu nem 20% do esperado para o mês na maior parte do Estado. “Se não chover nos próximos dias e meses que deveriam ser de recarga, liga um alerta bem importante sobre a situação que enfrentaremos nos meses mais secos – abril/maio/junho – do ano que vem. Uma das explicações para essa baixa precipitação é o evento global La Niña, que é responsável pelo esfriamento das águas do Oceano Pacífico e modifica o clima em determinado período, resultando, normalmente, em chuvas acima da média no Nordeste brasileiro e seca no Sul do país”, explica.

Ações emergenciais

De acordo com as previsões tanto trimestral quanto semestral, permanecem as perspectivas de precipitação e armazenamento de água no solo, abaixo da média. Deste modo, a constatação do agravamento da situação de estiagem novamente, pode provocar o comprometimento do abastecimento urbano em diversos municípios que, inclusive, já vem decretando situação de emergência. Assim, é possível visualizar a permanência da estiagem prolongada no Estado.

A Aresc destaca a resolução publicada (n°156), onde os prestadores de serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário devem elaborar um plano de emergência e contingência. “Considerando a tendência de uma estiagem prolongada durante a primavera, podendo permanecer até o verão, nós já solicitamos aos prestadores de serviço os planos de emergência prevendo, desde já, as medidas necessárias para garantir o abastecimento regular durante o período de maior incremento populacional, principalmente nas regiões do litorâneas de Santa Catarina”, reitera a gerente de Fiscalização da Aresc, Luiza Burgardt.

A SEMA destaca que a adoção de medidas previstas nos planos de ações emergenciais do Estado, bem como, campanhas de conscientização para o racionamento de água, tem o objetivo de normalizar o abastecimento público e se tornam imprescindíveis para auxiliar os municípios no enfrentamento da atual crise hídrica.

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