Mulher pode ser indiciada por infanticídio ou homicídio qualificado; bebê morreu na madrugada do dia 10 de setembro
A Polícia Civil investiga em sigilo a morte de um recém-nascido no dia 10 de setembro, em Içara. Conforme o delegado Márcio Campos Neves, que atendeu a ocorrência em regime de plantão, a mãe da criança teria pisoteado o bebê logo após o parto. Uma câmera do vizinho flagrou o momento.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rafael Iasco, o inquérito deve ser finalizado nesta semana, 15 dias após a morte do bebê. O órgão ainda aguarda a resposta do Instituto Médico Legal sobre a possibilidade de realizar um exame que sugira que a suspeita estava sob a influência do estado puerperal no momento das agressões.
Segundo o Hospital São Donato, de Içara, mãe e bebê teriam dado entrada na instituição na madrugada de domingo (10). O recém-nascido, em estado grave, não resistiu aos ferimentos apesar dos esforços da equipe médica. Ele também apresentava fraturas na cabeça no corpo e hipotermia.
Pisoteamento do bebê: investigações apontam para homicídio qualificado
O delegado responsável adianta que as investigações, até o momento, apontam para homicídio qualificado.
“O inquérito ainda não está encerrado, mas ao que indica será esse o indiciamento”, pontua Iasco.
As informações iniciais davam conta que pai e mãe não sabiam da gravidez. A mulher ficou internada e exames periciais foram requisitados pela Polícia Civil. A Perícia esteve na casa do casal e, lá, conseguiram identificar uma câmera do vizinho.
“Foi possível ver uma câmera de monitoramento que tinha filmado a ação. A mulher dá à luz ao lado do muro da casa e ao lado do carro. Em seguida, ela pisa na criança”, disse Neves à reportagem do ND+ naquele domingo.
Pena para homicídio qualificado
Uma das linhas de investigação é de que o caso poderia ser tratado como infanticídio. Para esse crime, a detenção é de dois a seis anos. No caso de homicídio qualificado, a pena pode chegar até 30 anos de reclusão, a depender da qualificadora.
Sobre o estado puerperal
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Um dos exames solicitados durante as investigações busca identificar se a mãe estava em estado puerperal, período caracterizado por diversas mudanças físicas e psicológicas nas mulheres, com uma grande variação hormonal, além de depressão pós-parto em determinados casos.
A reportagem tentou localizar a defesa da mãe do recém-nascido, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto.