A mãe da criança, a médica Talita Menegali Izidoro, de 33 anos, recebeu duas doses da Coronavac quando ainda era gestante.
Um menino tubaronense pode ser o primeiro caso no Brasil de um bebê que nasceu com anticorpos contra a Covid-19. Enrico, de 40 dias, foi testado assim que nasceu e apresentou imunidade para a doença. A mãe da criança, a médica Talita Menegali Izidoro, de 33 anos, recebeu duas doses da Coronavac quando ainda era gestante.
Talita atua como clínica geral no posto de saúde do bairro Morrotes, em Tubarão. Ela ficou grávida enquanto atuava na linha de frente contra o coronavírus. “Quando surgiu a oportunidade de ser vacinada, como médica, já estava no terceiro trimestre da gravidez. Conversei com meu obstetra e alinhamos que deveria tomar a vacina que tivesse o vírus inativo. E, assim, optamos pela Coronavac”, relembra Talita.
A médica conta que viu na vacina uma possibilidade de trazer ao mundo seu filho já imunizado. “Tinha visto um caso, nos Estados Unidos, de que o bebê havia nascido com os anticorpos. Como profissional da saúde e mãe, confiei na ciência. Alguns colegas não indicaram, mas fui confiante. Não tive nenhuma reação e, no dia 9 de abril, o Enrico nasceu cheio de saúde”, fala a mãe.
Enrico nasceu de cesárea. Logo após seu nascimento, uma tentativa de coleta de exame foi feita através do cordão umbilical. “No dia seguinte, fizemos uma coleta do sangue dele. Seis dias depois veio a tão esperada confirmação. Ele estava imunizado. Foi tanta emoção que não sei nem descrever”, relata Talita. Em seguida, ela enviou o exame para infectologistas e outros profissionais de saúde, que confirmaram a imunização.
“Acredito na ciência”
Talita, que também é mãe de uma menina de seis anos, diz que o caso do filho traz esperança. “Que outras mães possam partilhar dessa alegria. Peço que tomem a vacina e acreditem na ciência. A vacina pode salvar vidas”, complementa a médica.
Caso de Enrico pode ser o primeiro no Brasil
De acordo com Talita, o caso do pequeno Enrico pode ser o primeiro registro de bebê que nasceu imunizado no Brasil. “Até então, ainda não há registro conhecido de outro recém-nascido que tenha vindo ao mundo com anticorpos da covid-19”, fala a mãe. De acordo com o diretor-presidente da Fundação de Saúde de Tubarão, Daisson Trevisol, o fato registrado em Tubarão é inédito. “Estamos fazendo um estudo científico para publicar. É muito importante isso”, antecipa Daisson.
O caso se assemelha ao registrado nos Estados Unidos, em fevereiro. Pesquisadores da Universidade da Flórida relataram o primeiro caso no mundo de anticorpos contra a covid-19 em um recém-nascido. A mãe, assim como Talita, é uma profissional de saúde da linha de frente. Ela, no entanto, recebeu uma dose da vacina da Moderna três semanas antes do parto. Os anticorpos contra o coronavírus foram detectados no sangue do cordão umbilical.
Dois estudos publicados recentemente aumentam a percepção da ciência de que bebês podem ser imunizados contra a covid-19 ainda no útero. Os resultados apontam transferência de anticorpos para os filhos por mulheres que foram infectadas ou vacinadas. Em Santa Catarina, na semana passada, a vacinação de gestantes foi retomada, assim como de mães recentes, que tenham comorbidades. Elas devem ser imunizadas com vacinas Coronavac ou Pfizer. A vacinação desse grupo com a AstraZeneca segue suspensa.
Com informações do jornal Diário do Sul