Dois suspeitos foram indiciados por sequestro, feminicídio e ocultação de cadáver e devem ir à júri popular
O inquérito que investigava o assassinato das jovens Gabriela Silva Rocha, de 21 anos, e Karoline de Souza, de 24, foi concluído e, nesta segunda-feira, 23. A Polícia Civil deu detalhes e revelou os suspeitos do crime que chocou Araranguá.
Segundo investigação, as amigas foram retiradas a força de casa, onde viviam juntas, no dia 2 deste mês, e percorreram três quilômetros a pé até a beira de um rio em Araranguá, onde foram executadas. A polícia não conseguiu localizar, até o momento, a arma do crime.
Mas, segundo o delegado Jair Duarte, as jovens teriam sido assassinadas com uma faca e depois jogadas no rio, onde os corpos foram encontrados só três dias depois. A autópsia apontou que a morte foi ocasionada por lesão e afogamento.
Dois suspeitos de participação no crime estão presos. Segundo o delegado, um era ex-namorado de Karoline e outro era conhecido das vítimas, ambos já tinham passagens pela polícia. O ex, de 26 anos, foi preso no dia 12 e o segundo, de 27, na última quarta-feira (18), em Santa Rosa do Sul.
“Conseguimos apontar ao menos dois envolvidos, de forma direta no crime. Um deles já teve uma relação com a vítima e, em razão de um relacionamento que tiveram, gerou o desentendimento que levou ao crime”, explicou o delegado.
Conforme a investigação, o suspeito já fazia ameaças a Karoline há mais de um mês. Ele teria tentado reatar o relacionamento recentemente, mas a jovem não quis. O suspeito também estava foragido da Justiça.
“Assim que tiveram desentendimento, ele rompeu a tornozeleira e iniciou as ameaças. Foram por mais de um mês. Ameaças bem graves. Infelizmente, a vítima não procurou a delegacia para evitar isso”, contou Duarte.
Em depoimento, segundo o delegado, o suspeito ficou em silêncio. O outro admitiu em partes a participação no crime. “Disse que esteve no local, na casa das vítimas, fez o trajeto. Só não confirmou que esteve no final da execução”, revelou.
Os dois foram indiciados por sequestro, feminicídio e ocultação de cadáver. O delegado acredita que os suspeitos devem ir à júri popular e receber pena máxima em cada uma das qualificadoras.
Ele informou também que o inquérito policial já foi remetido na sexta-feira (20) ao Ministério Público de Santa Catarina.
Amiga morta para não deixar testemunhas
A investigação apontou ainda que Gabriela, de 21 anos, foi morta para não deixar testemunhas. Ela residia na mesma casa que Karoline, no bairro Coloninha. Ambas foram amarradas, amordaçadas, feridas no pescoço e depois jogadas no rio.
A polícia ainda acredita que o crime foi premeditado. “Pelo trajeto que eles fizeram para chegar até o rio e a forma que fizeram, acreditamos que sim. Conseguimos ainda informações que eles andaram por vários dias pelo local”, revelou o delegado. Um dos suspeitos, o de 28, também morava próximo às jovens.
Um terceiro homem chegou a ser preso temporariamente no dia 12 deste mês, em Araranguá, mas foi liberado. “Não conseguimos apontar o envolvimento direto dele no crime”, disse. Ele teria dado carona aos suspeitos após o crime, mas não sabia do que se tratava.
Apesar do inquérito já ter sido concluído, a Polícia Civil ainda realizará diligências e aguarda laudos periciais.
Via ND+