Muita mobilização, pessoas desejando, buscando, criando formas de ajudar, diferenças colocadas de lado em prol de uma causa.
É este clima que encontramos na cidade de Tubarão e região. Ao andar pelas ruas, é possível ver marcas da tempestade fora do comum que assolou a região no último domingo.
Telhas pelo chão, árvores e galhos caídos, prédios destelhados e construções desabadas mostram claramente que os ventos de 122 km/h causaram sim muitos estragos, e, a mais pesada de todas as tristezas, levaram a vida de uma criança. O prejuízo calculado pela prefeitura até o momento para a economia da cidade é de mais de R$ 600 milhões, sem considerar as estruturas públicas danificadas, como a tradicional ponte pênsil, escolas e outros.
Como em outras situações em que a força da natureza marcou a história da cidade e a vida de milhares de pessoas, os tubaronenses mostram que não é hora de lamentar as perdas. É evidente que a dimensão destas fica registrada na história de cada um que passou por este momento, mas a mobilização para buscar ajuda, levantar doações, ajudar os vizinhos, refazer as empresas e reerguer as escolas mostra que é tempo de recomeçar e a população sabe melhor do que ninguém fazer isso.
Como o rio que simboliza a cidade, é hora de contornar as dificuldades e seguir o curso da vida. E sempre é mais fácil construir quando existe a união e o otimismo, que trazem a certeza de ventos melhores, mais calmos e que trarão a renovação daquela que sempre será a Cidade Azul.
Foco agora é no futuro e na esperança
Na tarde de sexta-feira o empresário Tiago Martins Alves, dono de uma oficina mecânica completamente destruída no vendaval da semana passada, a Top Tech, recebeu o primeiro cliente no novo local de trabalho. Os reparos no sistema de freio do veículo representaram o reinício de uma jornada que deixou para trás os escombros de uma devastação e agora mira somente na esperança de um futuro melhor.
Em menos de quatro dias Tiago trocou o semblante triste por ver as ruínas da antiga oficina por um sorriso que, se não é cheio de alegria, pelo menos demonstra a força de quem tem a perseverança de vencer adversidades. A busca por um novo imóvel foi o primeiro passo.
“No mesmo dia saí em busca de algum lugar e o achei aqui pertinho do antigo endereço, no bairro Humaitá de Cima”, explica.
O tamanho do galpão e o preço acessível do aluguel foram o suficiente para começar a mudança. Primeiro vieram os oito macacos hidráulicos, dos quais seis, parcialmente danificados pelo vendaval, precisaram ser reparados. Para ali também foram as peças de reposição do estoque que não foram perdidas.
“E mais dois computadores que se salvaram. O resto perdi quase tudo”, conta o empresário.
O bem mais preciso da mecânica ficou intacto: os clientes. E ontem um deles, que já tinha serviço agendado, chegou para ser o primeiro nessa nova etapa do pós-vendaval em Tubarão.
Apesar do prejuízo quase milionário, Tiago vai conseguir manter os sete funcionários da oficina, uma satisfação que possivelmente outros empresários não conseguirão ter. Ele calcula que seja necessário mais de um ano de trabalho para recuperar tudo o que está investindo para reerguer o negócio.
Com informações do Jornal Diário do Sul