Ministro conheceu a Satc, visitou laboratórios e participou da inauguração do prédio que abrigará uma planta de captura de CO2.
A Satc recebeu, na manhã desta segunda-feira (24), a visita do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, para realizar a inauguração do prédio de Captura de CO2, localizada no Centro Tecnológico da Satc. Acompanhado do vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Moreira e do senador e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral, Paulo Bauer, o ministro visitou as dependências da Satc, conheceu salas e laboratórios e foi apresentado ao projeto de Captura de Carbono.
“Atendi um convite que foi feito já faz um tempo, e por conta da agenda e alguns problemas só conseguimos vir agora. Podemos ver que foi feito um grande trabalho ao longo desses anos, sabemos da importância que o carvão tem para essa região. Nós reafirmamos nossos compromissos com os organismos internacionais para atingir os níveis das metas da diminuição de carbono, mas como ministro de Minas e Energia nós temos que explorar todo nosso potencial energético, seja ele qual for. Estamos aqui para poder ver e defender, dentro de um grupo de trabalho que será criado, defender as potencialidades e todo o valor agregado que essa cadeia produtiva faz, e esses laboratórios nos mostram que já estamos no caminho certo”, afirma o ministro de Minas e Energia.
O objetivo é que com a visita o Ministério fique ainda mais perto do carvão e garanta o espaço da fonte como parte do sistema elétrico brasileiro. “A vinda do ministro mostra a atenção que o governo federal pode e deve dar para um setor importante da economia catarinense. A geração de empregos é muito valiosa nessa atividade para Santa Catarina. A geração de energia é importante para o Brasil e os trabalhos que são desenvolvidos aqui na Satc é algo que precisa ser aplaudido, apoiado e aprovado por todas as autoridades”, destacou Paulo Bauer.
O último ministro de Minas e Energia a visitar Criciúma foi Rodolfo Tourinho no governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 2000.
Projeto com quase R$ 10 milhões em investimento
A tecnologia desenvolvida no Centro Tecnológico da Satc é única no mundo. Um projeto criciumense que conta com o apoio de muitas universidades do Brasil e do National Energy Technology – NETL, dos Estados Unidos. O objetivo é capturar o carbono utilizando as cinzas do carvão. O prédio que irá abrigar a primeira planta piloto de Captura de CO2 da América Latina foi construído com recursos da Fapesc e CGTE. Os investimentos chegam a quase R$ 10 milhões, entre infraestrutura e compra de equipamentos.
“A tecnologia de captura ?e armazenamento de carbono é a mais importante tecnologia a ser desenvolvida e implementada no século XXI. Isso porque os combustíveis fósseis serão a base da matriz energética mundial pelas próximas décadas. Compatibilizando, assim, o seu uso com a mitigação das mudanças climáticas”, afirma o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral – ABCM, Fernando Zancan.
O que é a captura de CO2
As tecnologias de captura e armazenamento de CO2 são estudadas para recuperar o gás emitido em grandes quantidades pela indústria pesada (termelétricas, siderurgias, fábricas de cimento, refinarias, por exemplo) após a queima de matérias-primas (petróleo, gás ou carvão) e armazená-lo em estruturas geológicas profundas, reproduzindo o processo que a natureza tem realizado em jazidas naturais, ao longo de milhões de anos.
A queima de recursos fósseis produz energia, mas também gera CO2, um gás de efeito estufa associado às mudanças climáticas. A emissão desse gás pode ser reduzida graças à captura e armazenamento.
Hoje em dia já existem plantas de captura de CO2 no mundo. Porém, as plantas existentes usam solventes líquidos para fazer a captura. Isso torna o processo muito caro e inviabilizando sua implantação em escala industrial. O projeto desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Satc tem por objetivo baratear este custo, usando o próprio “rejeito” do carvão.
Colaboração: Lucas Jorge / Comunicação Siecesc