Geral

Apenas 16% dos brasileiros pouparam dinheiro em abril

40% dos poupadores tiveram de sacar parte de seus recursos em abril, principalmente para imprevistos e complementar renda

Foto: Divulgação

Os indicadores econômicos mostram que a recessão ficou para trás, mas os consumidores ainda sentem dificuldades financeiras no dia a dia. Exemplo disso, é que muitos não estão conseguindo chegar ao fim do mês com sobras de recursos.

Dados apurados pelo Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que no último mês de abril, apenas 16% dos brasileiros conseguiram poupar parte da renda, incluindo salários, pensões, entre outros rendimentos. O dado é numericamente inferior ao observado em março, que estava em 20%. No geral, 72% dos consumidores brasileiros não foram capazes de guardar alguma quantia em abril.

Para os consumidores que não guardaram recursos no período analisado, a principal justificativa é a baixa renda, razão dada por pouco mais de um terço (36%) dos entrevistados. Em seguida, aparecem os imprevistos, lembrados por 20%. A falta de disciplina (17%) e a falta de renda no momento (16%) completam a lista dos principais empecilhos. Quando a análise se restringe às classes sociais, as diferenças são elevadas: entre as classes A e B, o percentual de poupadores chega a 33%, ao passo que cai para apenas 11%, quando considerados os brasileiros das classes C, D e E.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os efeitos da crise impõem restrições a vida financeira do brasileiro, mas isso não explica tudo. “Quem tem mais baixa renda, tem também uma margem menor para manobrar seus recursos, mas a formação de reserva não requer, necessariamente, valores altos. O que faz diferença no fim do mês é frequência e a disciplina em guardar recursos”, analisa a economista.

40% dos poupadores tiveram de sacar parte de seus recursos em abril, principalmente para imprevistos e complementar renda

Segundo o indicador, o principal propósito para aqueles que têm como hábito poupar, é a proteção contra imprevistos, mencionada por metade da amostra (50%). Em seguida, aparece a intenção de garantir um futuro melhor para a família (28%), prevenir-se em caso de desemprego (26%) e a realização de uma viagem (18%). Já a aposentadoria, que deve ser prioridade como um planejamento de longo prazo, foi lembrada por apenas 16% desses poupadores.

Outro dado que o levantamento mostra é que 40% dos brasileiros que possuem reserva financeira tiveram de sacar ao menos parte desses recursos no último mês de abril, sendo que para 12% a necessidade foi lidar com uma situação de imprevisto, 7% para complementar a renda e outros 7% para realizar uma compra. “Os poupadores devem ter distintas reservas. Uma para imprevistos, em que ele consiga resgatar esse montante a qualquer momento. E outras específicas para cada objetivo, como realizar um sonho de consumo e também para a aposentadoria. Nesses dois últimos casos, é necessária disciplina para não desvirtuar a sua finalidade e sacar dinheiro antes de atingir a meta”, alerta o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

60% ainda recorrem à velha caderneta de poupança; Apenas 7% contam com previdência privada

O levantamento descobriu que mesmo entre os poupadores, há falta de conhecimento sobre opções mais rentáveis de investimento. A maioria (60%) desses entrevistados recorre a velha caderneta de poupança para guardar seus recursos. Outros 19% deixam o dinheiro guardado na própria casa, opção pouco segura e que não gera rendimentos ao poupador. A conta corrente, que também não é uma opção recomendada de investimento, é utilizada por 16% dos entrevistados.

As modalidades mais sofisticadas e que podem proporcionar melhores rendimentos foram lembradas por uma pequena parcela desses consumidores. Os fundos de investimento, por exemplo, foram citados por 10% como opção que eles, efetivamente, utilizam e a previdência privada, por 7%. Em seguida, apareceram os CDBs (6%), o Tesouro Direto (4%), as ações na bolsa de valores (3%), as LCIs e LCAs (3%) e o Dólar (2%).

Para os poupadores que fazem as opções mais conservadoras e menos rentáveis de manter o dinheiro em casa, na conta corrente ou mesmo na poupança, a principal razão foi a preferência por ter o dinheiro disponível em um lugar fácil de retirar (37%). Além desses, um quarto (25%) julgam não ter dinheiro suficiente para investir em outras modalidades e 25% alegam não ter conhecimento suficiente para tentar outras modalidades.

Sobre o conhecimento das modalidades existentes no mercado de investimentos, a poupança lidera com folga como a mais conhecida: 83% dos entrevistados já ouviram falar a seu respeito. Em segundo lugar aparece o título de capitalização, citado por 45% e, logo depois, a previdência privada (42%) e as ações em bolsa (38%). Os fundos de investimentos são conhecidos por apenas 33%.

“Mesmo entre os mais disciplinados que poupam, a inércia pode fazer com que o consumidor fique preso a investimentos menos rentáveis. Para quem tem perfil conservador, existem outras alternativas além da poupança. A dica é que o consumidor entre aos poucos no mundo dos investimentos e investigue outras modalidades que são igualmente seguras como a poupança, mas que rendem taxas de juros um pouco mais elevadas, como títulos do tesouro, fundos de investimentos e CDBs, por exemplo”, explica a economista Marcela Kawauti.

Notícias Relacionadas

EXPOMAIS inicia nesta quarta-feira para compartilhar conhecimento e fomentar economia

Evento segue até quinta-feira na sede da Acic com renomados profissionais e diversas atividades.

Comodidade e economia: empresa de Orleans oferece serviço “delivery” no comércio de baterias

Há 46 anos, VR Baterias atende toda linha automotiva, agrícola e de transporte de cargas com economia de até 30% na compra de baterias Helux, marca própria.

Justiça confirma resultado de licitação que gerou economia de R$ 12 milhões pela Saúde do Estado

A licitação foi realizada pela Secretaria da Saúde para fornecimento de ventilação domiciliar e tratamento de oxigenoterapia a pacientes catarinenses.

Sorteio de R$ 30 mil em dinheiro aumenta procura por compras no Feirão Roluza

Mais de 100 mil cupons já foram preenchidos por clientes que participam da promoção Natal Premiado. Sorteio acontece no domingo (24).